quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

[Perdido.doc] A Queda (2022)

TERROR E SOBREVIVÊNCIA
NAS ALTURAS


Filmes de ação minimalistas são notáveis estilos que eventualmente surgem em determinadas décadas e contam como grandes revelações (e até reinvenções) do gênero. Ao longo dos anos, pudemos ter, por exemplo, Duro de Matar (1988) como o grande exemplo. Nos anos 90, Velocidade Máxima (1994) e até podemos considerar, de certo modo, Risco Total (1993). 

A Queda é uma grande surpresa nos últimos anos e nos remete à qualidade perdida de um cinema de ação que tanto faz falta na atualidade - divertido, cheio de surpresas e reviravoltas, na melhor personalidade desse gênero na geração século XXI: ares de realismo suficientes para o expectador entrar na história - um aprendizado que grandes diretores como James Cameron (Titanic) deixaram para as gerações atuais.  Empoeiramento e tecnologia são as grandes tendências e essa grande produção independente, com direção de Scott Mann, estabelece com clareza.  

Os expectadores mais veteranos notarão sutis referências aos longas marcantes (e outros até esquecidos) da década de 90, mas, além do entretenimento, o ritmo mais suave em comparação a essas produções (em momentos de descontração dentro da história) logo dá espaço a uma ótima mistura de mistério, suspense e até mesmo drama. A interessante exploração nesse limitado ambiente contribui na exploração da atuação das atrizes (Grace Caroline Currey e Virginia Gardner), a relação de afeto, o trabalho em equipe e os conflitos entre as duas personagens, além de questões psicológicas (a vertigem, a claustrofobia, os medos, sonhos e pesadelos), além do trabalho estético de transformação na maquiagem (conforme as horas e dias vão se passando). 

Grace (Becky Connor) pode ser reconhecida por Shazam! e Shazam! Fúria dos Deuses, mas aqui ela realiza o seu trabalho mais sentimental e corajoso. Virginia Gardner (Halloween, 2018) se apresenta como a principal heroína da trama - liderando o papel da jovem destemida. Outra grande surpresa é Jean Dean Morgan (James Corner), diretamente da televisão (The Walking Dead). 

O elenco é muito bem representado pelo trio de atores diretamente saído de produções de terror - um prato cheio para buscar atrair uma jovem audiência da TV/ streaming para um ótimo filme de ação, suspense e drama. 


A Queda teve um orçamento de apenas U$$ 3 milhões, arrecadando U$$ 21, 8 milhões ao redor do globo, com uma tímida passagem pelos cinemas brasileiros. Esse se consagra como uma daquelas obras-primas pouco vistas - e até renderia uma ótima sessão em 3D IMAX ou nas melhores salas de tela grande possível. Está disponível na Amazon Prime e é uma ótima pedida. 

Recebe o nosso Punho Dourado de Melhor Revelação 2022.


MEMORIAS.doc


A maneira como descobri A Queda foi curiosa. Soube pelo grande Cassiano através de um link de vídeo que ele havia me passado reservadamente e que caía numa página do Facebook. Valeu, Cassiano. 

Assim que eu comecei a assistir ao trailer, logo me remeteu ao perdido Risco Total (1993), um clássico dos anos 90 estrelado por Sylvester Stallone (e que até anunciaram uma refilmagem). A emoção da nostalgia bateu, voltei à aquela década e senti que estava diante de um novo clássico de ação se passando num único ambiente. Isso realmente faz falta, filmes de ação criativos que prendem a atenção e divertem. Outro divertido que saiu já em 2000 foi Limite Vertical (1997) dirigido por Martin Campbell (007 Cassino Royale e 007 contra GoldenEye) e estrelado pelo eterno Robin, Chris O' Donnell - o que vale destacar que é um tremendo ponto forte em sua carreira no gênero de ação após Batman & Robin (Campbell, mais uma vez, reinventando os mocinhos do gênero e lhes trazendo um fôlego novo - e já deixou frisado com 007 e Zorro).

Eu que conheci Grace em Shazam! admito, ela está irreconhecível aqui. 









PERDIDO.DOC

A QUEDA

Sessão Acompanhada: 00:00 - 11/01/24 - Amazon Prime (Estúdio Sala)

Essa atração foi assinada por: Perdido no Tempo 

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