sábado, 28 de janeiro de 2023

[Sessão Crítica] Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All At Once, 2022)

Finalmente, depois de sua exibição nos cinemas, pude assistir este que tem, surpreendentemente, 11 indicações ao Oscar (o maior recordista este ano). Minha intenção era assistir nos cinemas - era um dos meus mais aguardados de 2022. E foi o título que sofreu com os adiamentos devido a pandemia (a produção data de 2021 ao fim dos créditos). 

Essa foi a surpresa dos irmãos Russo (diretores de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores Ultimato) que são produtores deste que traz o conto do multiverso dos filmes de super-heróis para uma história comum sobre a desconstrução da família e crise existencial em uma comédia de drama com ação e aventura. 

Porém, você tem cenas de luta numa história que não é exatamente um filme de ação e isso é algo que não se vê todo dia (talvez, só em época de Oscar). Quando o foco na mensagem é o mais importante de tudo. Ao contrário dos filmes de ação - em que o pretexto da história (as relações familiares e motivações do personagem) é só um pano de fundo para nos irradiar de belos videoclipes cheios de violência e explosão, aqui é diferente: a "Matrix" da coisa é para nos levar a uma questão mais profunda sobre as relações familiares. E qualquer um pode substituir os temas com relação ao que cada um entende sobre família: a cena da pedra, principalmente, foi o que me trouxe memórias bastante emocionantes (uma simples cena que significou muito pra mim: definiu perfeitamente a minha relação que eu tive com a minha mãe). Eu me vi naquela pedra caindo do desfiladeiro e vi minha mãe saltando para me pegar. Pois é. Eu queria dizer isso mas aí eu estragaria o filme todo (você precisa assistir, mas se não se importar com spoilers a resposta está no espaço em branco). 

Eu esperava por um filme de ação incrível envolvendo multiverso sem ser uma adaptação de uma história de super-herói, talvez uma temática dela a qual testemunhamos o nascimento de personagens nesse estilo no cinem, e saí surpreendido por uma comédia dramática com mensagens familiares. Então, está explicado, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo tempo é mais um filme padrão para as principais categorias do Oscar e isso é ótimo pois a forma criativa com que a produção inclui elementos comuns do cotidiano de uma forma tão humana fazem sentido, de certa maneira, tanto para chamar a atenção de uma audiência mais enraizada no cinema arte quanto para uma audiência maior com a mente fresca sobre as linguagens da cultura pop dos quadrinhos para o cinema sobre teorias do multiverso graças ao Universo Cinematográfico da MARVEL. Ainda assim, o que se vê sobre multiverso aqui é tão confuso quanto nos próprios filmes de grande sucesso e arrebatadores de bilheterias em questão. Porém, este último tópico não é o seu principal foco mas - como em todo grande espetáculo de filme de aventura e ação - temos uma grande ameaça final a ser combatida por essa equipe de super-heróis e a forma como se chega até a ela é um caminho extremamente emocionante. 

Você pode ter conhecido Michelle Yeoh como a bondgirl de 007: O Amanhã Nunca Morre (1997) ou como a guerreira poderosa no maravilhoso O Tigre e o Dragão (2000) - outro grande longa metragem e influente que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2001 (este que se destacou em representar o crescente interesse pela literatura chinesa no ocidente). 

Além do sofisticado tema multiverso, Em Todo o Lugar.., temos a divisão de capítulos - o que já testemunhamos nas já afirmadas influências de Quentin Tarantino nos quadrinhos para os seus filmes cultuados (também o nome que tornou a linguagem de filme independente como um grande investimento para o gênero). E essa junção entre ser uma temática filme de quadrinhos original pro cinema, temos também as esquisitice dos filmes chineses de baixo orçamento como referente no longa - ainda que, de certa maneira, sutil (e propositalmente confusa) numa junção completa de cultura pop e filosofia. 

Ao final da projeção, você sente que tudo realmente faz sentido entre todas as suas confusões de ser uma comédia dramática enquanto aproveita todas essas referências populares na intenção de trazer uma poderosa voz sobre as direções da humanidade. 


Memória Pós-Crítica

- A outra grande surpresa no elenco é Ke Huy Quan. Surpreendente destaque entre as premiações, o astro mirim de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) e Os Goonies (1985) já é cinquentão e pode ter o maior marco de sua carreira desde as suas icônicas aventuras de fantasia da década de 80 se ganhar o Oscar. Huy Quan já faz uma nova história e o longa, um dos favoritos, tem realmente chances de ser um forte ganhador do Oscar este ano. Vamos conferir.

- Jamie Lee Curtis (indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) também é outra surpresa escondida encabeçando esse trio de protagonistas estelares do longa. 

- A projeção comprova um excelente elenco com a revelação Stephanie Hsu. Todos trabalhando formidavelmente os seus alter egos.

Onde Assistir Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo ?

O filme está nas principais plataformas de streaming: Google Play e Amazon Prime Video saem mais barato (por R$ 11.90 para aluguel). 









SESSÃO CRÍTICA

TUDO EM TODO O LUGAR AO MESMO TEMPO

SESSÃO ACOMPANHADA: ESTÚDIO SALA - 23:30 - 27/01/23
GÊNERO: FICÇÃO

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