domingo, 9 de julho de 2023

[Sessão Crítica] Missão: Impossível - Acerto de Contas - Parte Um (Edição Especial - Cortesia Cinesystem)

O ÚLTIMO GRANDE HERÓI
DE HOLLYWOOD 
Tom Cruise apenas mostrou que tinha potencial pouco explorado no filme de 1996 
até se definir como o astro dos filmes de ação e a última salvação dos filmes americanos.

Após James Bond dar um tempo e Jason Bourne, aparentemente, se aposentar, Ethan Hunt continua na ativa porque Tom Cruise certamente é o último agente secreto e a última salvação de Hollywood.

Missão: Impossível - Acerto de Contas -Parte Um é a terceira aventura dirigida por Christopher McQuarrie  que se solidifica como um diretor fixo na cinessérie trazendo reinvenções surpreendentes nesta dobradinha. É incrível que mesmo sendo um terceiro encontro, Cruise/McQuarrie não deixa de nos surpreender com cada revisão insana da própria fórmula. 

Os três primeiros filmes estabeleceram individualmente qualidades que foram aprimorados posteriormente: o tom de espionagem com cenas de ação arrojadas do primeiro filme; a ação frenética e um tom mais emocional do segundo e o suspense com doses equilibradas de trabalho em equipe do terceiro. Tendo conhecimento que apenas no terceiro filme, Missão: Impossível deu uma guinada certeira na formula (em combinar o melhor dos dois primeiros), a cinessérie seguiu em frente e acabou conseguindo se estabelecer numa fórmula definida de atualizações técnicas em suas continuações.

Mas também nem só de refilmagens Missão: Impossível 7 vive. A edição primorosa de Eddie Hamilton, a fotografia dramática de Fraser Taggart e o tom afiado da trilha sonora de Lorne Balfe que realmente encaixam de maneira funcional e envolvente em cada cena também vale o destaque. 

Ainda sobre temas instrumentais, não tem como não mencionar também as belas recriações de algumas das principais músicas da série de TV por Lalo Schifrin (constantemente mencionado nos créditos). Lalo também foi responsável pela trilha icônica de Operação Dragão com a lenda Bruce Lee.

[Possíveis Spoilers] Entre reinvenções e sensação de refilmagem: tem as indispensáveis e clássicas cenas de perseguição de carro (como em todo bom filme de ação ou de espionagem), a tensão na cena da boate ou o suspense e lutas num trem em movimento, também não podem faltar Tom Cruise fazendo maratona - Tom Cruise corre pra caralho como descrevia o grupo do eterno Orkut.  [/Spoilers]

Cruise também define Ethan uma expansão da imagem de seu próprio alter-ego: o galanteador, colírio da geração X e Y, mas que também é respeitador com a própria audiência também moldada por fãs femininas (representadas ali como as suas companheiras de aventuras). É o estereotipo do herói incorruptível, durão à moda antiga mas que também é um dos mais sentimentais agentes já vistos (daqueles superespiões que tem coração de manteiga a ponto de chorar debruçando em lágrimas - algo inédito no gênero que vimos em M:I III). Entre forças e fraquezas, é o que deixa o personagem de Cruise tão interessante de se assistir e ver até aonde ele pode chegar (além de nos colocarmos na missão). E quando se  fala em ser funcional também vale considerar que o empoderamento aqui estrelado pelo elenco feminino é realmente profundo e importante para a condução emocional da história do filme - não apenas para preencher tabela. 

[Possíveis Spoilers] Hayley Atwell (Capitão América), Agente Carter) constrói aqui a boa definição de uma protagonista estreante na cinessérie com bastante complexidade como a dúbia e graciosa Grace. E se falarmos em dúbio, também contamos com a presença de um personagem clássico: Eugene Kittridge, o retorno de Henry Czeny também é uma das grandes surpresas do elenco. 

 Se Rebecca Ferguson (Ilsa Faust) é extremamente funcional e o fio condutor emocional da trama, quanto a Pom Klementieff (Paris), para quem se apaixonou por sua Mantis em Guardiões da Galáxia Vol. 3 vai se impressionar em vê-la aqui como uma antagonista tão poderosa como poucas no cinema (quase uma Exterminadora do Futuro ou o a ameaça que a vilã daquele terceiro filme de 2003 deveria ter sido). [/Spoilers]

O primeiro filme, Missão: Impossível, surgiu em 1996 como uma refilmagem de um seriado dos anos 60 e M:I 7 é a refilmagem dos próprios padrões que a cinessérie estabeleceu e com louvor. A história, tem um enredo que inicialmente parece confuso mas nada tão cabuloso como no primeiro filme. Para uma audiência pipoca, o longa de 96 era um filme de ação bastante adulto fanático por charadas - parecia coisa para cinéfilo de filme cult ou feito pra profissional da área de espionagem - já que para a audiência comum, até mesmo as crianças, chegava a um ponto de precisar assistir diversas vezes até pegar cada detalhe. Desde o terceiro filme, a cinessérie passa a brincar com esse tom de complexidade na transição de uma único elemento. M:I 7 tenta construir aos poucos as peças enquanto se concentra num único objeto. Esse condicionamento acaba perfeito quando passa a se clarear na existência de um envolvimento emocional ou histórico que coincide com fatos do mundo real (ou dos noticiários de 2023), para inserir o espectador na história. A grande ameaça a ser combatida se insere de forma incrível ao resultado enquanto o bem e o mal continuam a ser muito bem definidos  - como pudemos também ver em M:I 2 (2000) sobre a ameaça de um vírus letal e hoje nós temos a tecnologia. 

Aquele arrojo do primeiro longa está tão presente aqui quanto antes. Também enraizado no suspense, tem mais efeitos especiais práticos e menos efeitos gerados por computador - o que torna tudo ainda bastante real - qualidade percebida pelas recentes produções do então astro dos filmes de ação, Tom Cruise, que conhecemos hoje. 

Com orçamento de U$$ 290 milhões, este é o primeiro filme (desde Missão: Impossível III) que não conta com J.J. Abams na produção e já é considerado também um dos filmes mais caros já feitos até então. 

Também afetado pela pandemia, Acerto de Contas - Parte 1 é um dos grandes presentes do circuito. A ótima aventura estrelada por Tom Cruise desafia ainda mais os limites para o personagem e o consagra como o último grande herói de Hollywood a carregar a audiência para o cinema de ação só pelo próprio nome (e não pelo personagem).

[Possíveis Spoilers]  Momento Pós-Crítica: Missão: Impossível 7 e 8 foram considerados os últimos filmes da cinessérie (o desfecho da história de Ethan Hunt). Mas será mesmo ? Será que Missão: Impossível 8 é o último filme da cinessérie ? Recentemente foi lançado a notícia de que M:I 8 não será o último filme. Então, vamos ver.  [/Spoilers]


MEMÓRIAS DA SESSÃO

MISSÃO IMPOSSÍVEL É LIDAR COM GENTE ESTRANHA

Com cortesia da Cinesystem, pude conferir mais essa apresentação especial antes da estreia na próxima Quinta (13).  A sessão foi perfeita - com luzes apagadas em boa parte dos créditos e só depois que ligou tudo que os outros 80% dos espectadores começaram a sair da sessão. Antes disso, apenas uns 2% estavam saindo. Eu sei que nem todo mundo dá muita importância para os créditos mas é sempre interessante ver os dubladores envolvidos (que aparecem bem no fim de toda a rodagem de créditos e dos logos finais). 

A desvantagem é que a sala estava um pouco vazia para uma apresentação especial e, aproveitando o bote, algumas cabeças começam a ligar o celular no escuro incomodando outros espectadores (que, simplesmente, não falam nada, ficam admirando ou fazem o mesmo). Infelizmente vivemos numa era em que ninguém mais respeita nem mesmo o silêncio do cinema. Acho que perdi a geração (antes da pandemia, até meados de 2013 ou um pouco mais a frente) que quem ligava celular dentro da sessão era chamado a atenção. O estalo do Thanos A pandemia trouxe um novo normal cheio de gente esquisita. 


SESSÃO CRÍTICA

MISSÃO: IMPOSSÍVEL -
 ACERTO DE CONTAS - PARTE UM

Sessão Acompanhada: 17:50 - Cortesia

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