domingo, 22 de maio de 2022

[Sessão Crítica] Top Gun: Maverick (2022) - Muito Além da Nostalgia

 


Este é um daqueles filmes adiados pela pandemia (já se fazem quase 3 anos) e grande surpresa dos últimos anos. Com exibição antecipada no Brasil, Top Gun: Maverick é o Top Gun 2 originalmente cogitado por Tony Scott desde meados de 2005. Porém, encontrava dificuldades em fechar a trama devido as atualizações relacionadas à força aérea - segundo notícias da época: a tecnologia já estaria substituindo pilotos de caça (ainda não se falava sobre drones) e a possibilidade era que já se focasse em Maverick como o instrutor dessas nova geração. Tony parecia tentar encontrar um conceito de um tom mais crível para os tempos atuais. 

Infelizmente, o diretor do sucesso estrondoso de 1986 veio a nos deixar em 2012. A ideia da sequência, no entanto, foi arquivada em favor do luto até 2018 quando Tom Cruise assume a produção e as filmagens começariam com lançamento previsto para Julho de 2019 até a série de adiamentos. 

Enquanto a indústria estava ressentida com a falta de Tony Scott, foi pensado num lançamento em 3D de Top Gun (1986) para os cinemas. Nesse caso, pensado no cenário de sucesso na China e na Rússia do formato durante aquele período.

Top Gun lançou ao estrelato o astro Tom Cruise que, além de superar a figura de talentoso e carismático galã, se tornou como potencial protagonista de filmes de ação, suspense e drama (vencedor de um Globo de Ouro e indicado ao Oscar) e a mocinha Kelly McGillis uma musa pin-up dos anos 80.

Seguindo a linha das continuações tardias, Top Gun: Maverick vem 36 anos após o filme original. Há uma grande dúvida, se um conto de ação dos anos 80 seria viável para surpreender as audiências atuais. Porém, o misto de nostalgia, saudade, romance e drama com os elementos dos filmes de ação já estabelecido nos filmes de Tom Cruise nos presentes anos 2000 e 2010 - o qual o drama intenso é constante no gênero ação - é bem equilibrado e agrada como uma nostalgia gostosa com algo novo e não se apresenta tão deslocado assim um veterano herói do cinema - esse contraste de gerações também é colocado em cheque na tela ao mesmo tempo que busca criar uma realidade como é vista no cenário atual o qual existe uma silenciosa batalha travada entre o homem e a tecnologia para se manter na terra.

Christopher McQuarrie, dos recentes Missão: Impossível e a duologia Jack Reacher, cuidou da revisão do roteiro e isso fica bastante evidente na dinâmica que traz um amadurecimento maior quanto ao suspense, cenas de ação e as ameaças que são confrontadas pelos protagonistas de colocar o público segurar na poltrona. Esse sutil arrojamento quanto ao ritmo da história traz um charme a mais a título que nunca se foi pensado como uma cronologia  ou uma cinessérie embora isso sempre tivesse sido possível. Agora podemos ver aquilo que a audiência mais exigente sempre quis ver um dia: os jovens pilotos em batalhas em campo - não apenas uma simulação ou um treinamento. E, aparentemente, Top Gun: Maverick cresceu muito bem com a sua audiência e ajuda a elas trazerem seus filhos, suas mães e seus familiares para conhecerem ou reviverem essa aventura com um sabor aéreo de algo novo. 

Detalhes caprichosos - como a fotografia - foram mantidas nos seus mais delicados detalhes. Até mesmo Tom Cruise, reprisa o charme, o carisma e um certo tom cafajeste de seu Maverick original sem mudar tanto o semblante - o que nos faz nos tornar sentimental, seja pela nostalgia em revê-lo em seu primeiro grande papel de astro de ação ou pelos momentos mais sérios do filme. 

[Pode conter revelações da trama, "spoilers"] O enredo que movimenta o retorno do protagonista em uma nova aventura às telonas é também um ponto emocional na trama - ou, sem dúvida alguma, o mais emocional - o qual apresenta um personagem determinado em seu apego pelo passado. E isso acaba sendo a condição mais humana no filme e o que o torna um herói a fim de salvar a importância da presença humana nas atividades em questão na história. [/Pode conter revelações, "spoilers"]

Jennifer Connelly e até mesmo Ed. Harris (grande surpresa) estão no elenco.

A trilha sonora com participação de Hans Zimmer (junto a Lorne Balfe e Harold Faltermeyer do original) capricha no tom de dramático e os belos cortes de edição por Eddie Hamilton (Missão: Impossível - Efeito Fallout, X-Men: Primeira Classe) enaltasse o suspense.

Memória Pós-Crítica


O Twitter de Tom Cruise em 2018 anunciando um poster preliminar de Top Gun 2. 

Uma memória inesquecível.  


Memórias da Sessão

Tudo ocorreu bem. Vim bastante antecipado para a sessão de pré-estreia. Eu estava querendo assistir a versão legendada (como tradição) primeiro. Porém, saí satisfeito com a versão dublada - geralmente é esmagadora em cinemas de shopping para abraçar uma audiência mais convencional e impaciente. 

Foram poucas pessoas na sessão. Luzes ligadas até os trailers de cinema e luzes apagadas até o fim dos créditos (ALELUIA) o qual se torna aqui o melhor e mais respeitador ponto positivo de uma sessão de cinema (uma das últimas sessões enquanto havia uma outra sessão em atividade numa sala mais a frente no corredor). 

PARABÉNS, CINESYSTEM POR DEIXAR AS LUZES APAGADAS ATÉ O FIM DA SESSÃO. GANHOU UM OSCAR E O NOSSO PUNHO DOURADO DE MELHOR SESSÃO DE CINEMA.

P O S T E R S



SESSÃO CRÍTICA
TOP GUN: MAVERICK

Com: Philippe Maia (Tom Cruise, Maverick) e Yuri Tupper (voz adicional)
Gênero: Ação/ Drama

Sinopse: Após mais de trinta anos de serviço como um dos melhores aviadores da Marinha, Pete Mitchell está onde pertence, ultrapassando os limites como um piloto de teste intrépido e evitando a promoção de posto que o manteria em terra.
Sessão Acompanhada: 19:45 - L 07 
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