domingo, 24 de fevereiro de 2013

[Sessão Crítica] Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer - IMAX Legendado

NESTA POSTAGEM 

SESSÃO CRÍTICA
DURO DE MATAR: UM BOM DIA PARA MORRER 


CARTUCHO EXTRA 
OS 25 ANOS DE DURO DE MATAR E OS BASTIDORES
NOS VIDEOGAMES
FICHA TÉCNICA





SESSÃO CRÍTICA
DURO DE MATAR: UM BOM DIA PARA MORRER 

NÃO TÃO PERFEITO, MAS TAMBÉM NÃO TÃO RUIM 
Relação entre pais e filhos se tornam o forte do novo Duro de Matar

A quinta aventura de John McClaine não teve um bom dia para os críticos, mas certamente vem agradando aos expectadores, em especial os fãs do gênero. Faturando mais de U$$ 140 mil só na primeira semana e crescendo, além de chutar estreias simultâneas como Dezesseis Luas (Beautiful Creatures) - o considerado Novo Crepúsculo ainda é inédito aqui no Brasil e deve estrear 1ª de Março por aqui. Todos os exageros estão lá, porém, falta a McClaine (Bruce Willis) a vulnerabilidade que ele tinha nos primeiros filmes - o tempero do homem comum em situação extraordinária , apesar de um pouco da essência ainda estar presente.  
Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer aproveita os rascunhos engavetados, aqueles que seriam usados para os filmes anteriores, na montagem da trama. Como a saída dos E.U.A. para uma história se passando no exterior. Parte dela se tornou Lágrimas do Sol, de 2003, dirigido por Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) com o próprio Bruce Willis. E também a ideia de John McClaine dividir a ação com o seu filho.

Em Duro de Matar 4.0, Justin Long acabou se tornando o personagem Martin Farrell, um hacker de computador. Agora, o veterano duro de matar realmente divide a ação com um McClaine. E quem ganhou o páreo foi  Jai Courtney. Para quem acompanhou os bastidores, ficou surpreso em vê-lo como um vilão em Jack Racher: O Último Tiro. Seu personagem, Jack McClaine, mostra ter certa bagagem para aguentara a guerra. Esse conceito adotado, parece claramente influenciada pela overdose de agentes secretos como 007, Jason Bourne e até mesmo Bryan Millis (Busca Implacável).

É possível ver Jack sendo o alvo mais centrado pelas consequências da ação.  Ele, por vezes, acaba se machucando mais do que seu próprio pai, o veterano John McClaine. Fica um pouco estranho, ver o veterano policial de Nova Jersey apenas à passeio enquanto acompanha o filho em suas missões como agente secreto.

Mesmo não me agradando com sua adaptação de Max Pane, eu tive alguma esperança para John Moore se redimir ao pegar uma franquia tão grandiosa como essa. De certa forma, toda aquela grandeza vista nos trailers (ação, algum suspense e certa sensação de humor) estão solidificados de uma maneira muito satisfatória. Sim, a mania de grandeza realmente está neste quinto Duro de Matar.

A trilha sonora de Marco Beltrami encaixa muito bem no ritmo explosivo das cenas de ação e o suspense. O som no IMAX é excepcional, realmente afina a barulheira, tornando uma cena de tiro ou de explosão até mais violenta ou mais real do que o normal. Vale muito a pena conferir nesse formato (só não recomendo para quem tem coração frágil). O único problema mesmo é a legenda, quando surgem diálogos em Russo sendo traduzidos em Português e em inglês na mesma cor. O que confunde um pouco.

É possível dar algumas risadas, com um John McClaine voltando a ser mais politicamente incorreto em comparação a sua essência dos 3 primeiros filmes, e pirar na ação com alguns ares de filme catástrofe (identidade gerada especialmente pelas continuações). E como parece ser seu costume, Moore aproveita a câmera lenta para detalhar as destruições. E capricha ao explorar mais da fotografia acinzentada, como nas cenas pelo alto dos prédios, que por vezes chega a trazer uma essência subliminarmente triste.

Mas o roteiro, não é estruturalmente tão bem construído como deveria. Mesmo morno, traz as reviravoltas dignas para render os seus minutos de pipocão.

Há ainda algumas semelhanças com os outros capítulos anteriores. O inimigo que cai do alto de um prédio (Duro de Matar), outro que morre dentro de um helicóptero (Duro de Matar A Vingança), confronto com estrangeiros (Duro de Matar 2) e uma femme fatale (Duro de Matar 4.0) aqui representada pela estonteante Yuliya Snigir como a Russa Irina.

CARTUCHO EXTRA 
OS 25 ANOS DE DURO DE MATAR E OS BASTIDORES 

Tendo sua primeira aparição em 1988 nos cinemas, o primeiro Duro de Matar já comemora os seus 25 anos, vemos McClaine enclausurado em um prédio rendido por terroristas. Sozinho, e com poucos recursos a sua disposição, teria de lutar contra todos eles e ainda resgatar sua esposa, Holly Genero (Bonnie Bedelia) das garras do vilão Hans Grubber (Alan Hickman, hoje mais lembrado por ter interpretado o professor Snape na cinessérie Harry Potter) da época onde os terroristas ainda eram elegantes e de certa forma carismáticos.

Bruce Willis, quando foi escalado, ainda era lembrando como a estrela da série de TV A Gata e o Rato (Moonlighting). Uma série de comédia, romance e policial exibida entre 1985 e 1989 pela rede ABC (e TV Globo por aqui). Ninguém levava a sério, o próprio Bruce Willis, atuando em um filme de ação como Duro de Matar justamente pelo seu estereótipo não seguir outros personagens de ação já consagrados na década de 80 estrelado por outros fortões. Seria capaz um galã marcar como um herói de ação? A novidade se tornou um grande sucesso, virando um marco no gênero.
Nas aventuras posteriores, John McClaine passa a ter perigos dos filmes de ação convencionais. Mais ação, mais tiros e mais explosões. É o caso de Duro de Matar 2 (1990). Ainda que se tenha algumas cenas de ação marcantes (como a fuga por uma cadeira ejetável) contra terroristas em um aeroporto, faltou a tensão psicológica do primeiro filme. Infelizmente não se teve nenhuma situação realmente difícil onde McClaine está enfrentando terroristas dentro de um avião. Era o que eu sinceramente esperava.
Em Duro de Matar: A Vingança (1995), Bruce Willis retornava após amargurar alguns fracassos na década de 90, como: Hudson Hawk: O Falcão Está à Solta (1990), O Último Boy Scout (1991) e  Zona de Perigo (1993). Sob a direção de Quentin Tarantino em Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994), vemos o querido Bruce Willis encontrando uma luz na escuridão.  Em comparação ao seu retorno vigoroso em Pulp Fiction, Duro de Matar: A Vingança faturou bem mas decepcionou em profundidade também. 
Duro de Matar: A Vingança marca o segundo reencontro entre Samuel L. Jackson e Bruce Willis desde Pulp Fiction

Agora a história se passa em meio a cidade de Nova York, com um terrorista implantando bombas pela cidade, pegando o nosso John McClaine em um momento de ressaca. Para a surpresa do durão, quem está por trás disso é o irmão de Hans (o vilão do primeiro): Simon Peter/ Peter Krieg, interpretado por ninguém mais e ninguém menos do que outro excelente ator: Jeremy Irons (também se tornou a voz de Scar na versão legendada do clássico filme da Disney, O Rei Leão, em 1994). 

Bruce Willis ao lado de John McTiernan no set

E John McTiernan retornava à direção (ele não emplacava nenhum outro sucesso desde o primeiro Duro de Matar). Mesmo assim, faltou amadurecimento em comparação às produções de ação da época. Outra novidade (além da aventura se passar em um ambiente de larga escala) é que agora John McClaine dividia espaço pela primeira vez com um coadjuvante na ação: Samuel L. Jackson - como um civil chamado Zeus Carver.

Uma vez, meu pai chegou do trabalho dizendo sobre um amigo que viajou até Nova York e encontrou Bruce Willis e Samuel L. Jackson filmando. Ele disse que a cena do carro era em um veículo improvisado. Eles ficavam dentro do veículo que se movimentava sem sair do lugar, no meio da cidade. Então, é bem possível que as imagens apresentadas na janela do carro eram projetadas de alguma forma. E ele ainda descreveu um detalhe de L. Jackson: ele era bem alto.  
Entre outras curiosidades, o terceiro Duro de Matar se passaria em um trem. Seria o momento da série rebuscar  a sua identidade de enclausuramento do primeiro. Então, pegaram a história que seria originalmente de Máquina Mortífera 3. E o roteiro do possível Duro de Matar 3 acabou sendo aproveitado para A Força em Alerta 2 (1995) com Steven Seagal.  

Depois da terceira aventura, John McClaine ficou de molho por uns anos. E nesse tempo, havia ainda cogitações do retorno da dobradinha, Martin Riggs (Mel Gibson) e Roger Murtaugh (Danny Glover). Logo, a dupla finalmente retornava pela última vez em Máquina Mortífera 4 (1999). 

A história de Lágrimas do Sol (2003) era um dos possíveis roteiros para um possível quarto Duro de Matar.   Em 2007, depois veteranos personagens do cinema de Ação & Aventura anunciarem o seu retorno pelas palavras de seus próprios criadores (Steven Spielberg com o seu Indiana Jones e a Caveira de Cristal em 2008) e intérpretes (Sylvester Stallone com Rocy Balboa, no anterior, em 2006, e Rambo IV em 2008) Bruce Willis retornava em Duro de Matar 4.0 (Live Free Or Die Hard) com o seu novo visual (careca) incorporado em John McClaine. E muito bem vindo, justamente para trazer uma cara nova à série.

Com a classificação etária mais baixa (12 anos, em comparação aos anteriores, cuja faixa era 14 anos) McClaine estava mais educado nos diálogos e sem a sanguinolência vista nos outros 3 filmes anteriores da cinessérie (a notar pelas fotos dos bastidores com John McClaine ensanguentado, certamente muita coisa foi cortada). O termo Yippie Kay Yay seguindo de Motherfucker (filho da..) não teve o palavrão traduzido (ele dizia muito rápido no filme).


Duro de Matar 4.0 trazia uma trama cujo enredo era muito melhor do que as outras continuações, só pecou por não ousar um pouco mais. Justamente na cena da casa branca sendo destruída, cena exibida num trailer internacional. Isso em pleno governo Bush e o pós-11 de Setembro (talvez um dos motivos que teriam abaixado a classificação, para não afastar o público Americano). E a realidade da tal cena até decepciona, apesar de encaixar muito bem com a era digital a qual o filme traz como cenário. Foi produzido por John McTiernan (diretor do primeiro e segundo).

Em 2010, John McTiernan foi sentenciado a 1 ano de prisão. O cineastra foi acusado de perjúrio e por mentir ao FBI quanto a um caso de escutas telefônicas. A acusação envolve um detetive particular chamado Anthony Pellicano (ele já trabalhou para várias estrelas de Hollywood e já foi sentenciado a 15 anos de prisão por chantagem, conspiração e escuta clandestina). Ele teria sido contratado por McTiernan para grampear  as comunicações de um produtor com quem trabalhou na refilmagem de Rollerball (2002). McTiernan foi indicado em 2009 por um júri de instrução e declarou-se culpado por duas acusações de falso testemunho e uma acusação de perjúrio. Exemplo de mal mocismo. Não?

Duro de Matar foi inspirado em um romance de 1979 escrito por Roderick Thorp Mayne Jr. chamado Nothing Lasts Forever. Traduzindo ao pé da letra, seria: Nada Dura Para Sempre.  Sequência de O Detetive (1966). Embora o roteiro de Duro de Matar fosse bastante fiel à continuação de O Detetive, ele ignorava as ligações, sendo então uma história única sem qualquer referência e ainda alguns nomes diferentes (como personagens e ambiente) em comparação ao livro.


Numa das capas do livro Nothing Lasts Forever mostra  prédio invadido pelos terroristas, como no filme.

Comparações de Sinopse:
(Filme X Livro)

Livro: 
O Ex-detetive de Nova York, Joe Leland, estava a vista ao escritório sede da Klaxon Oil Corporation, um prédio de 40 andares em Los Angeles, em plena véspera de Natal. Onde trabalha sua esposa, Stephanie Leland Gennaro. Enquanto esperava sua esposa terminar a festa de Natal de sua filha, um grupo de terroristas alemães dos tempos da guerra fria invade os arranhas-céus. O grupo é liderado pelo brutal Anton Little Tony Gruber. Joe conheceu Gruber durante a Segunda Guerra Mundial quando ele era um piloto de caça.
A pistola Hi-Power
Os terroristas planejam roubar documentos que expõem publicamente a ligação da corporação Klaxton com o Chile. Eles também pretendem privar a Klaxton dos rendimentos corruptos por U$$ 60.000. Leland não só acredita nas suas reivindicações como acredita que sua filha esteja também sendo vítima. Descalço, ele desliza para fora, conseguindo passar despercebido por um complexo e gigantesco escritório Auxiliado apenas pelo sargento Al Powell. da polícia de Nova York, e armado apenas com sua pistola policial Browning Hi-Power, Leland  encara os terroristas, um a um, salvando os 74 reféns incluindo sua filha e netos.



 A nova capa do livro, relançado em 2012, para acompanhar os 25 anos de Duro de Matar

O escritor Roderick Thorp havia se inspirado no filme Inferno na Torre (The Towering Inferno, 1974) para escrever Nothing Lasts Forever.  Ele viveu de 1ª de setembro de 1936 (onde nasceu em Nova York) a 28 de abril de 1999, onde faleceu aos 62 anos em Oxnard, Califórnia, vítima de ataque cardíaco.

O livro Nothing Else Forever foi lançado por aqui com o mesmo título do filme de 1988, Duro de Matar, publicado pela editora Record. Atualmente se encontra fora de catálogo.

Filme (com textos do Wikipédia):
   No Natal, o policial nova-iorquino John McClane (Bruce Willis) vai visitar a mulher, Holly Gennero em Los Angeles. Lá, vai para uma festa em seu local de trabalho, a Nakatomi Plaza, uma gigantesca multinacional. Mas quando ele está lá, terroristas alemães liderados por Hans Gruber (Alan Rickman) seqüestram o prédio pretendendo roubar US$640.000.000,00 em ações. Só John McClane pode combater os terroristas.

Momentos de elevador também estavam presentes no livro de Thorp

O prédio onde se passa a história é real e se chama Fox Plaza, sede dos estúdios Fox em Century City, Los Angeles. Na época os produtores procuravam um local para as filmagens e o prédio, que ainda estava em construção, como no filme, foi considerado ideal para a história.

O Detetive teve uma adaptação em 1968 estrelado por Frank Sinatra na pele do detetive Joe Leland. Imagine se Duro de Matar fosse estrelado por Sinatra? Isso poderia ter acontecido se ele não tivesse pulado fora.

Uma curiosidade é que Bruce Willis começou sua carreira como figurante em um filme de Sinatra chamado O Primeiro Pecado Mortal (The First Deadly Sin, 1980). Ele surge saindo de um bar onde Sinatra está para entrar (veja o vídeo abaixo).


Com a saída de Sinatra, o roteiro escrito para a adaptação de Noting Lasts Forever acabou sendo modificado e se tornou Comando Para Matar (Comando, 1985) estrelado por Arnold Schwarzenegger.

NOS VIDEOGAMES
Die Hard
(1990, NES)


Die Hard Arcade
(1996, Arcades)

Curiosidade: titulado originalmente como Dynamite Deka (ダイナマイト刑事) no Japão. Foi lançado para o SEGA Saturn em 1997 e em 2006 para Playsation 2. Como a licença dos direitos do filme Duro de Matar estavam restritos aos lançamentos dos E.U.A. Europa e Australia, o nome do personagem se chamava Bruno Delinger, mas trazendo as características de John McClaine.

Die Hard Trilogy 
(1996, Sony Playstation)
Curiosidade: Produzido pela Probe, o jogo é uma adaptação direta dos 3 primeiros filmes. Foi lançado para SEGA Saturn & PC em 1997. Teve uma continuação em 1998: Die Hard Trilogy 2: Viva Las Vegas*. 

*Die Hard Trilogy 2: Viva Las Vegas
(1998, Sony Playstation)


Dynamite Cop*
(1998, Dreamcast)
*Curiosidade: Originalmente titulado Dynamite Deka 2 (ダイナマイト刑事 2), a SEGA já não tinha mais os direitos de Duro de Matar para os países licenciados do ocidente, como no jogo anterior Para balancear as referências, extraíram também algumas características do filme Velocidade Máxima 2 (Speed 2: Cruise Control, 1997).

Die Hard: Vendetta
(2002, Nintendo Game Cube; 2003, Playstation 2 & X Box)


Die Hard: Nakatomi Plaza
(2002, PC)

Live Free Or Die Hard
(2007, Mobile)

A Good Day To Die Hard 
(2013, Mobile)


FICHA TÉCNICA
Título Original: A Good Day To Die Hard
Sessão Acompanhada: UCI New York City Center - 23/ 02/ 13 - 15: 50 - 11 K
Classificação: 14 Anos
Gênero: Ação
País: E.U.A.
Direção: John Moore
Duração: 97 Minutos
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