sexta-feira, 7 de junho de 2013

[Para o Alto e Avante!] Superman: O Filme

NESTA POSTAGEM

SESSÃO CRÍTICA

SUPERMAN: O FILME

SUPER EXTRAS

O LEGADO DO SUPER-HOMEM - PARTE 1
FICHA TÉCNICA

SESSÃO CRÍTICA

SUPERMAN: O FILME

GUIADO PELA EMOÇÃO
Superman , um herói essencialmente otimista num mundo imperfeito

O mais simbólico entre os Super-Herói dos quadrinhos (criado por Jerry Siegel e Joe Shuster) também ganhou um filme simbólico à sua altura. Mesmo na década de 70, onde as grandes aventuras das HQs ainda contavam com algumas abordagens mais simples que nas décadas que viriam a seguir, os produtores encontravam dificuldades para adaptar o personagem à tela grande.

Só para constar, o primeiro roteiro contava com uma história envolvendo mafiosos que queriam matar o papa. Parece que o negócio estava tão longe de uma aventura legítima do Super-Homem que chegava a parecer uma história de máfia. Possivelmente aproveitaram a ideia posteriormente para O Poderoso Chefão III (1990). 

Ainda que tivesse existido Barbarella: O Filme, com a estonteante Jane Fonda em 1968, ao menos  as crianças ganharam o seu filme de Super-Herói (que não era tão infantil assim também) com Superman: O Filme.

A outra dificuldade que encontraram era em relação a imagem do filme. Eles queriam um ator conhecido, quando descartaram essa ideia por uma simples coisa: convencer as pessoas com um homem capaz de voar. Tendo um ator principal famoso, esse conceito poderia desfocar o alvo do marketing - associando não a imagem do Super-Homem mas à imagem do ator. E daí, surgiu a ideia de escalar um ator desconhecido. E entre tantas escolhas curiosas, eis que eles encontram Christopher Reeve. 

Toda essa busca dos produtores fideliza às raízes de existências dos quadrinhos. Onde elas, muitas vezes, se tornavam um instrumento de distração dos problemas do mundo - principalmente para os pequeninos - e acreditar que tudo existe uma solução.

Super-Homem, em seu planeta Krypton, era como um alienígena entre tantos, mas em nosso mundo, é como um Deus puro e bondoso. O seu impecável caráter, dosada de bom mocismo e ingenuidade pela sua identidade anônima (Clark Kent) é um exemplo de característica do mais nobre dos Super-Heróis. Super ajuda sem importar a quem e  combate o crime e a injustiça sem motivo algum. E se ele tem algum motivo para viver com tanto otimismo em nosso mundo, esse motivo é parte de sua excelente educação recebida em seu planeta, pelos seus pais. Jor-El, antes da destruição de Krypton, entrega todas as coordenadas a seu filho antes de abandoná-lo, através de elementos que o conectarão às suas origens e também tendo o conhecimento dos seres de seu destino (como eles são, sua história, suas necessidades e etc).   
Simples por natureza, Super-Homem é cultura. Seu mito se assemelha bastante a personagens Bíblicos, como Moisés e até mesmo Jesus Cristo. Sempre o tive entre os meus super heróis favoritos, e hoje entendo perfeitamente esse envolvimento. 

Apesar da livre autoria no roteiro composto por vários, entre eles Mario Puzo (O Poderoso Chefão), a fidelização ao personagem é incrivelmente respeitada. E é graças também a Christopher Reeve. Espantosamente, nos esquecemos da ficção quando ele nos convence de que o próprio herói clássico das HQs existe. Com os trajetos típicos entre sensibilidade, como Clark, e galanteador, como Super, cuja imagem e talento o marcaria para sempre. Reeve mostrou também que não é apenas Super-Homem nas telas como também na vida real. O seu apoio aos estudos das células-tronco para salvar milhares de pessoas de doenças, após seu grave acidente de cavalo que o deixou tetraplégico para sempre em 1995, eram apenas um entre tantos exemplos de bom mocismo em sua vida. Reeve sempre será o verdadeiro Super-Homem e ninguém vai tirar isso dele. 
Títulos como Batman (1989) e Homem-Aranha (2002) trazem algumas coincidências (como situações e atuações) com Superman: O Filme. Possivelmente homenagens ou puramente influências ?

Superman: O Filme é um dos melhores filmes de origem com as devidas características que se tornaram padrões para o então gênero de Super-Herói nas décadas seguintes. Uma trama envolta de enlaces dramáticos (família, romance e heroísmo), algum humor cartunesco e presenças estelares no elenco, como Marlon Brando (Jor-El)  e Glenn Ford (Jonathan Kent).

Gene Hackman (ótimo) marca na pele de um Lex Luthor irônico, criminoso e excêntrico - mostrando mais fidelidade ao seu visual clássico apenas no final. O Lex, de Hackman, tem todos os artifícios capazes de agradar aos seus fãs. Para todo bom vilão de contos infantis, há sempre um assistente atrapalhado. Quem faz o papel pastelão é a sua dupla de patetas. traz graciosidade (entre sensualidade e meiguice) a sua enquanto é o braço direito. 

Entre os desafios, sabemos que o Super-Homem é duro na queda, mas aqui ele nos testa de todas as formas emocionalmente. Desde salvar um gato em uma árvore à deter desastres naturais. Ainda que seja desta forma, ele é proibido de interferir na vida humana. Um conceito de xadrez o qual o próprio homem sempre joga com o nosso querido Deus pai: o de vencer a própria morte. 
 Ainda que pareça levemente corrido, tornando as coisas um pouco menos profundas para as audiências mais maduras, ainda mais para os tempos atuais, a trama se inicia detalhadamente nos apresentando desde Krypton à adolescência de Clark Kent e o relacionamento com seus amigos e os pais adotivos. Uma frase dita por Jonathan Kent faz todo o sentido à simplicidade de Kar-El, quando encontrado na nave pousada por sua esposa, Marta Kent: - Temíamos que você  fosse adotado por pessoas mal intencionadas. Isso, quando Jonathan perceberam o valor daquela criança. E se a história tivesse sido diferente? O Super-Homem poderia ter sido mal. Como vemos em sua outra origem obscura nas HQs, em O Reino do Super-Homem (The Reign Of The Super Man, 1933).

A trilha sonora de John Williams (vencedora do Oscar) é como um hino que dissolve com facilidade. E não é por menos, é sempre lembrada a todo momento logo quando simplesmente se menciona o azulão ou algo parecido. Montagem e efeitos visuais (principalmente) continuam impecáveis, mesmo para os dias atuais.
Muito antes de He-Man sonhar em dar conselhos, Superman já dizia: ele não bebe antes do voo - em um diálogo com Lois Lane (Margot Kidder)

O que a grande história de Super-Homem pode nos trazer, é o herói que precisamos mas não é o herói que temos no momento, ainda que seja impossível no mundo como o nosso. Mas, sim, é o herói que devemos buscar ser. Claro que ninguém pode sair por aí pegando balas de revolver com as mãos, mas que pelo menos nos inspire a fazer algo dentro de nossas condições, sendo bons cavalheiros e boas damas de caráter. 

SUPER EXTRAS
O LEGADO DO SUPER-HOMEM: PARTE 1
Kirk Alyn (8 de Outubro de 1910 - 14 de março de 1999) é considerado o primeiro intérprete em carne e osso a atuar oficialmente com o uniforme do Super-Homem, cuja estréia foi na série de TV The Adventures Of Superman de 1948. A ideia de se produzir um seriado do Superman surgiu na Republic Pictures, que desistiu após duas tentativas. Ela considerava um tipo de super herói voador impossível de ser filmado, apesar de produzir a aclamada série The Adventures Of Captain Marvel (1941).

O produtor do seriado The Adventures Of Superman, Sam Katzman, chegou a vender a ideia até mesmo para a Universal Studios, que recusou a proposta (ela não fazia seriados na época).  Katzman escolheu Kirk Alyn depois de observar várias de suas fotos. Com certa persistência, ele convenceu Whitney Ellsworth, o representante da National Comics (atualmente DC Comics) para Kirk estrelar o personagem. Por não conseguirem retirar da tela os fios dos cabos, presos ao ator, as cenas de voo acabaram se tornando animações e se tornaram um ponto fraco da série devido o baixo orçamento. Curiosamente, Kirk Alyn foi creditado apenas como Clark Kent. Ele retornou posteriormente em Atom Man V.S. Superman em 1950. 
Kirk também esteve em Superman: O Filme como o General Sam Lane (não creditado).


Atom Man V.S. Superman (1950) marca como a primeira aparição do vilão Lex Luthor na TV. 
Lex é vivido pelo ator Lyle Talbot.

Na TV, a graciosa Noel Neill era a interprete da personagem.

Uma curiosidade é que o nome da personagem Lois Lane se tornou Miriam Lane nas primeiras publicações dos quadrinhos no Brasil. 

Mais conhecido atualmente com o relançamento do segundo seriado em vídeo, George Keefer Brewer ou artisticamente conhecido por George Reeves (Woolstock, Iowa, 5 de janeiro de 1914 — 16 de junho de 1959) encarnou o azulão em As Aventuras do Super-Homem (The Adventures Of Superman). Série de TV que começou a ser filmada em 1951, na Califórnia, e teve sua estréia  em preto e branco entre 1952 e 1958 pela rede Syndication. 
A série só foi exibida pela rede ABC - famosa também pelo seriado Caverna do Dragão - em 1958. A série teve sua exibição a cores entre 1955 e 1958. 

 O ator tinha grande semelhança com o traço do herói entre a década de 1930 e 1950. Com o topete e o queixo expressivo das HQs e do desenho da TV.

Nesta segunda série, quem retorna é Noel Neill pela segunda vez como Lois Lane.

Atualmente com 92 anos (foto tirada em 2008) Neil está muito bem cuidada (obrigada!), levando em consideração o tempo.

Após o cancelamento da série,  Reeves foi encontrado morto com um tiro na cabeça. A causa da morte se tornou desconhecida. Entre hipóteses de suicídio, acredita-se que o ator caiu em depressão por não ter sido chamado para mais nenhum outro trabalho - ainda estava fresca na memória do público a sua imagem extremamente ligada ao Super-Homem. Havia ainda uma possibilidade de assassinato envolvendo rumores de um relacionamento de George e uma esposa de um dos chefões do estúdio.

Muito antes de se tornar Super-Homem e se dedicar à carreira de ator, George Reeves  se dedicou ao boxe e à música. Ao ser descoberto por algum caça-talento, parou do cinema. Ele esteve no clássico filme vencedor de 10 Oscars e o maior sucesso de bilheteria de todos os tempos, E o Vento Levou (1939), como um dos jovens ricos sulistas que corteja Scarlett' O Hara (Viven Leigh). 


FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: SUPERMAN: THE MOVIE
DIREÇÃO: RICHARD DONNER
LANÇAMENTO: 10 de Dezembro de 1978 (Premiere nos E.U.A.); 11 de Dezembro de 1978 (E.U.A.); 25 de Dezembro de 1978 (Brasil)
GÊNERO: AVENTURA
DURAÇÃO: 143 Minutos
PAÍS: E.U.A.

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