domingo, 14 de junho de 2015

[Sessão Crítica] Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros IMAX 3D (?)



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--NESTA POSTAGEM--
SESSÃO CRÍTICA
JURASSIC WORLD - 
O MUNDO DOS DINOSSAUROS

EXTRAS
MEMÓRIAS DA SESSÃO
CARTAZES
FICHA TÉCNICA

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--SESSÃO CRÍTICA--
JURASSIC WORLD - 
O MUNDO DOS DINOSSAUROS

UMA NOVA
PEGADA
Chris Pratt estrela o novo parque

Desde a possibilidade de se juntar todo o elenco principal dos filmes anteriores a "humanizar" dinossauros, um quarto filme da cinessérie Jurassic Park quase concretizou em 2005. Agora, 22 anos se passaram (desde a primeira abertura do parque) e a indústria cinematográfica de Hollywood, inclusive, costuma acertar (ou errar) toda vez que procura reformular os ingredientes populares de suas espécies mais famosas das décadas anteriores. Décadas que, inclusive, vem passando com muita rapidez junto a um mundo que procura mudar constantemente com as suas tecnologias e costumes da sociedade. 

A pura visão inocente de Spielberg lá dos anos 80 - e relembrada nos anos 90 (quando começou a saga cinematográfica dos dinos de Crichton) teria um espaço frente a atual geração (cada vez mais precoce) ? A resposta é: Jurasic World traz coisas que, de certa forma, procura não se intimidar frente a uma cultura construída e adotada por uma tribo com tendências cada vez mais passageiras.

No papel principal, Chris Pratt (Guardiões da Galáxia) é Owen, uma espécie de Steve Irwin que doma dinossauros. É a primeira vez na cinessérie em que o protagonista não é um cientista. Owen não chega a ser o estereótipo de caçador, porém, é o típico herói que utiliza a sua habilidade de "psicólogo" com os répteis até certo ponto. Partindo daí, a melhor saída é liderar um ataque em campo de batalha. E, mesmo assim, percebe-se que a cuidadosa relação entre homem e dinossauro tem os momentos de valor, mesmo que rápidos (a cena em que uma criança abraça um dos herbívoros é tocante) ou até em minutos de silêncio, com a intuição de gerar uma emoção entre essa aproximação familiar.

Bryce Dallas, transcende a sua personagem (Claire) dos seus momentos de "fofurice" para então reviver o vigor das mocinhas que põem a mão na massa na cinessérie. Em meio a um mundo de revolução pró-igualdade, o "politicamente correto" pesa um pouco no meio (com a presença um pouco ofuscada por Owen) mas deixa a entender que ela apenas tenta, e (bem) fica por isso mesmo. 

A constante propaganda de uma marca pode torná-lo popular e (muitas vezes) ajudar a desgastar por completo a sua fórmula ou a mente dos críticos mais exigentes (entre eles, os que preferem obras mais intelectuais). Este o motivo pelo qual Batman, Mad Max, 007 - ou o próprio Jurassic Park - provavelmente, nunca chegariam a concorrer a alguns entre os Oscars principais (filme e roteiro, principalmente)  - por melhor filme que seja algum capítulo de suas aventuras cinematográficas. E as redes sociais (claro, sempre elas) ajudam a piorar este tipo de visão criando um mar de conflitos. 

Os constantes "spoilers" e virais criados por fãs (muitas vezes em formato de "memes") que "globalizam" a popularização por uma determinada cena, torna tudo muito mais comercial a ponto de secar a imagem de que aquela obra cuja qualidade vai além do que é venerado. Em outras palavras: se limita a ser lembrado pelo valor técnico e não pelo objetivo ou pela finalidade, muitas vezes, de intuito "crítico-social". 
Steven Spieberg, a mente por trás de um genial começo, se recusou a ser diretor de Jurassic World, se tornando apenas produtor executivo 

Em Jurassic Park (aquele "primeirão", de 1993), trouxe de maneira visionária o espelho daquilo que o título se tornaria: uma celebridade. Acessórios, como canecas, camisas e brinquedos estavam ali, em exposição, moldando o cenário de "parque temático" em sua história de ficção que, logo, nunca esteve tão longe assim da realidade. 

Agora, em 2015, Jurassic World mostrou pouco dessa paixão cultural do mundo pop, capaz de criar uma legião. Ao menos, podemos ver um colaborador do parque vestindo uma camisa do "Jurassic Park" e a sua caneca do "Jurassic World". E não tampouco, vestígios de alguns outros objetos perdidos no tempo, há 22 anos - Spielberg deixa aí uma lembrança para os seus antigos fãs (algo já tradicional quando um filme - e as suas peças - viram parte da cultura pop).

Eu não digo pelo teor "saudosista" (porque uma cinessérie viver só do que criou no passado é o mesmo que permanecer correndo em um círculo sem necessidade), mas faltou ali uma expressão maior do que a obsessão tecnológica é capaz de fazer, a ponto de distrair e dividir a humanidade frente aquele mundo com os mais gigantescos e pré-históricos animais da terra. Algo mais próximo do impacto mundial sobre a descoberta fascinante dessa invenção, em um mundo real. 

Michael Giacchino não é nenhum John Williams, mas agradavelmente busca o clima dos filmes de aventura dirigidos por Spielberg com algum vigor (uma pena que este trabalho não tenha sido utilizado com mais presença em algumas cenas - poderia garantir um espetáculo ainda maior). Há pouca variação de ambientes, mas é perceptível a variação de clima tropical - ao ar livre - com cenas rápidas de dinossauros aquáticos em territórios verdes ou então a escuridão de um território abandonado e cheio de lembranças (um foco visualmente interessante do diretor Trevorrow).

Há pouco foco em coadjuvantes e dinamismo entre os personagens (e criaturas), como visto nos filmes anteriores (principalmente no primeiro) deixando os momentos científicos da história (que deveriam ser os mais importantes) um pouco entediantes e contrastando com o agito da aventura. É visível que essa "alma científica" ficou apenas em alguns vestígios perdidos por aí em um terceiro plano no filme, espalhados em conversas entre os personagens (explicando origens, nomes e características).

A demora por uma quarta sequência teve o alinhamento do roteiro como um dos principais motivos. 
Acreditou-se que era importante um roteiro que pudesse equilibrar ciência e aventura. A ideia de uma conscientização ambiental, como alguns apostavam, ficou de fora (onde dinossauros estariam morrendo por causa de uma misteriosa praga). No lugar, entrou um tema extremamente importante para a sociedade atual - fica subtendido o perigo de se criar animais geneticamente modificados (em meio a mistura de "raças") - o Indominus Rex é o "Pit-Bull" dos dinossauros (#ProntoFalei).

A relação emocional (como a já conhecida entre humanos e dinos) é o segundo plano do filme. O conceito dos dinos terem consciência de comunicação não vem de Jurassic World. Nos momentos finais de Jurassic I, um velociraptor ruge para o alto enquanto busca sua caça (talvez como um ato de intimidação). Em grande parte, essa comunicação se restringia a ameaça dos dinos sobre as vitimas (geralmente, humanos) ou com outros dinossauros.

Houve um crescimento sutil quanto a relação emocional entre humanos. Os irmãos Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins) revivem características de Tim (Joseph Mazzello) e Alex (Ariana Richards), mas de uma maneira diferente. Zach é a representação viva de uma criança que cresceu demais e já não vê tanta graça ou significado para as fantasias e sonhos de seu irmão mais novo, Gray. Se trata de uma relação mais tradicional em comparação aos desbravadores Tim e Alex - prova que Spielberg sabe construir crianças como ninguém - fugindo do estereótipo simplista e os tornando bem humanos.

Já Owen e Claire, protagonizam aí um casal de mocinhos que fogem dos atípicos papéis vividos por Dr. Grant e Dra. Ellie (Laura Dern) ou Ian Malcom (Jeff Goldblum) e Sarah Harding (Juliane Moore) - protagonizando, inclusive, o primeiro beijo de toda a franquia. Apesar da perda dessa "inocência", nem por isso são protagonistas menos maduros ou chega a tirar o foco do gênero "ficção científica".

Mas é partindo de uma ideia sugerida em Jurassic Park III (2001) que se inicia o ciclo mais consciente entre homens e dinossauros, tendo Dr. Grant (Sam Neil), o único especialista capaz de controlar os raptores. Essa comunicação direta entre homens e dinossauros acaba explorado pelo segundo plano mais importante de Jurassic World - levando a testemunharmos o limite desse controle.

O primeiro e mais importante plano do filme é aparentemente o primeiro encaixe de uma "nova pegada" para a cinessérie. Só o título (que acertadamente muda de "Park" para "World") mostra uma certa ambição nova para as próximas gerações. É quando a obsessão da ciência chega ao limite da intolerância e a criação se torna um dos principais inimigos do criador; e este criador acaba por utilizar armas letais. Apenas em Jurassic Park III, se utilizava arma letal (como o lança chamas em que Dr. Grant atira para afastar o Espinossauro), enquanto nos filmes anteriores se utilizavam tranquilizantes e armas de choque.

É no momento em que soldados fortemente armados, liderados por Owen, que se perde então o conceito pacífico de um parque e dá início a uma zona de guerra. Duas grandes criações de Deus que não se tornam tão opostas assim (se for levar em consideração a relação entre as duas raças), mas o convívio pacífico é uma coisa que certamente seria impossível com animais selvagens que algum dia dominavam a nossa terra.
O que vemos é que, por fim, eles agora tentam reencontrar o seu lugar na terra. Colin Trevorrow não é nenhum James Cameron, mas poderia tornar esse Jurassic World um tremendo "Avatar", porém, perde a oportunidade em mãos. Por um lado, deixa espaço reservado para o que se deve fazer nas próximas continuações (se houver).

Aquele suposto conceito do roteiro vazado de Jurassic Park IV - onde se colocam dinossauros como armas de guerra e novas mutações entre dinossauros e homens - parece não estar longe de acontecer (se assim quiserem os produtores para um progresso na história), mas também foi mais uma cartada esperta dos produtores em não colocar tudo isso exposto de uma vez, em um único filme, acabando por assustar e causar repúdio da audiência. Todo avanço (em meio aos confrontos e relações entre seres) vem de um jeito leve - e essa sutileza é também refletida na violência moderada devido a classificação livre.
As revelações científicas atuais poderiam comprometer um mergulho profundo nesta nova aventura junto ao T.Rex e companhia. Mas se a sua resposta é de um espectador que só busca diversão  - e não a lógica da realidade - então esta fantasia nostálgica pode bater, também, em seus corações.

MOMENTO PÓS-CRÍTICA

Enquanto isso.. A galera Cinefix relembrou o filme de 93 no formato 8 bits. 
Vale assistir:

O livro Jurassic Park (romance de Michael Crichton que deu origem a saga cinematográfica), foi relançado nesta última sexta (12/06) por R$ 49,90 em um visual super caprichado (laterais vermelhas e capa modelada).

--EXTRAS--
MEMÓRIAS DA SESSÃO
Começou como um sábado normal, com um rotineiro reparo no visual. Sai tarde de casa para a sessão (com uma visível preguiça) e fui até a BRT. Lá encontrei uma amiga que não via há muito tempo - e primeira vez longe do ambiente de trabalho. Ela estava acompanhada de seu marido, para fazer a tradicional saída (acredito que pra aproveitar a ressaca do dia dos namorados). 

Como a demora seria de mais ou menos 1 hora e meia (a sessão era 16:15 e eu estava às 15:35 no meio do caminho) orei muito para não perder o começo da sessão. Corri até lá, após descer da pista da BRT e já deveriam ser umas 15:24 - torcendo para que os trailers demorassem muito (dizem que os trailers demoram em média 15 minutos e já se passavam quase 10 minutos) - corri bastante. Chegando lá, tive uma surpresa. Vi que haviam filas imensas e uma delas era do Jurassic World, e eu estava me aliviando. 

Pedi informações na fila para a sala IMAX e me perguntaram se eu "validei o meu ingresso". E eu: - como assim? Fui até a fila do caixa e desisti de esperar e voltei para a fila. A sessão estava atrasada, aparentemente o 3D estava quebrado (segundo relatos da informante na fila que gentilmente me ajudou). Eu estava pensando em como seria assistir em outro dia (e perder a semana de estréia de um filme que faz parte de uma das minhas franquias favoritas) - se valeria a pena assistir sem o 3D. Deixei pra lá e então decidi voltar e encarar a fila para a entrada do cinema. 
Os colaboradores do UCI deixam um parecer

Na sala, alguns colaboradores do UCI apareceram e um deles, o orador, informou sobre o problema para todos os espectadores. Para a minha felicidade, recebi o direito de assistir uma outra sessão como cortesia. Um descuido total do UCI mas ao menos um ponto positivo por reconhecerem esse problema. Houve certa intolerância por parte de alguns presentes por parte de um comentário irônico de uma espectadora (-" E eu vou ser obrigada a assistir em 2D?") acho que ela estava certa, mesmo eu dizendo palavras um pouco revoltantes a respeito. 

Aparentemente, os técnicos de projeção pareciam estar confusos, passando a abertura do IMAX - como se fosse iniciar o filme (talvez para calibrar mesmo pro IMAX sem 3D) - e depois indo para os trailers e passando novamente para a introdução. Nesse meio tempo, chegou uma moça chamada Clara, de aparência bem receptiva, peguntando se o local ao meu lado estava vago e também perguntou a outro - há duas cadeiras a frente. Enquanto os trailers passavam, ela fazia gestos, se comunicando pra chamar a sua acompanhante - sem estar muito na direção da minha visão. Ela, preocupada, tocou no meu braço e disse sorridente: -"Desculpa, tô te atrapalhando, né? Agora não vou te atrapalhar mais, vou ficar quietinha.". 

De alguma maneira, A educação e receptividade da Srta. Clara foi bastante humana e exemplar. Eu fiquei até sentido com esse comportamento - e a maneira de como ela foi comunicativa. Diferente do careca cabeção que não parava de levantar a cabeça a minha frente (é o segundo problema desse tipo que me deparo em uma sala IMAX, e sentado em um lugar privilegiado). Provavelmente o nível de educação esteja, infelizmente, mudando. O que era de alto nível, esta caindo um pouco (é o costume de muito espectador casual).

Terminando a sessão, apelas um aplauso para levantar a audiência, mas ninguém continuou (o mesmo ocorreu em Mad Max) - eu também procurei aplaudir (mesmo que abafadamente). Esse é o problema de um público casual que ri, se empolga mas não aplaude o trabalho no fim da sessão. Eu, particularmente, sinto falta disso. Os créditos não foram completamente exibidos e cortados repentinamente no meio (com as luzes sendo rapidamente ligadas logo no começo) - são tipos de educação tradicionais que estão fugindo dos cinemas (espectadores e cinemas igualmente impacientes - reflexo de um mundo visivelmente acelerado e sem educação). 

Perguntei a Clara se ela gostou do filme, ela sorriu e disse que gostou muito e que era a sua segunda sessão (a primeira, se eu me lembro, foi no Cinemark), mas parece não ter se lembrado (ou conhecido) a existência dos filmes anteriores. Apresentei o meu trabalho no SDMR e ela se interessou bastante. 

Um aniversário após a sessão esteve nos planos. Tentei falar com o meu amigo, Wilian, mas fiquei dividido entre voltar para casa para descansar ou virar a noite em sua festa de aniversário e voltar quebrado no domingo para então tentar me reservar o tempo (se caso tivesse) para escrever esta postagem.

Dedico esta postagem à srta. Clara. É o retrato fiel de seu agradável nome e sobrenome: uma pessoa iluminada, de gentileza ímpar, capaz de conquistar à primeira vista. Que ela tenha muitas felicidades e sorrisos em sua vida. 

CARTAZES
  

FICHA TÉCNICA
Título Original:  Jurassic World
Títulos Alternativos (pré-produção): Jurassic Park IV; Jurassic Park 4
Sessão Acompanhada: 16:15 - O 17 - UCI NYCC - 13/06/2015 (Sábado)
Direção: Colin Trevorrow
Duração: 124 Minutos
Gênero: Aventura
País: E.U.A.
Sinopse: O Jurassic Park localizado na ilha Nublar enfim está aberto ao público. Com isso as pessoas podem conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles já que agora estão domesticados. Entretanto a equipe chefiada pela doutora Claire passa a fazer experiências genéticas com estes seres de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana.
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