domingo, 14 de dezembro de 2014

[Sessão Crítica] O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos - HFR 3D

NESTA POSTAGEM
SESSÃO CRÍTICA
O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS
FICHA TÉCNICA



SESSÃO CRÍTICA
O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS

O FIM DE UMA
JORNADA
trama se destaca na ação mas deixa a desejar 
nos momentos suaves

Já se fazem uma década desde o fim da épica trilogia O Senhor dos Anéis. A obsessão de Peter Jackson em reproduzir todo aquele universo "Tolkiano" não pararia por ali, para a alegria dos expectadores que corresponderam e somaram ao merecido sucesso.

E então O Hobbit chegou aí, trazendo uma inesperada novidade lá e de volta outra vez nas mãos do diretor - que se parecia tão empolgado quanto a própria comunidade de seguidores da saga "O Senhor dos Anéis" - um projeto que em uma outra época chegou a ser considerado "inflimável".
A primeira aventura dos hobbits foi originalmente escrita antes da conceituada trilogia adaptada entre 2001 e 2003 em um "pequeno" número de páginas (310 contra os 410 de "A Sociedade do Anel").

Jackson reconheceu que a grandiosidade mostrada em O Senhor dos Anéis deveria ser superada em seu próximo projeto - ainda que seja uma adaptação de uma história menor. Inicialmente cogitado para se dividir em apenas 2 filmes ("Uma Aventura Inesperada" e "Lá de Volta Outra Vez") a decisão mudou durante a produção e veio a se tornar uma nova trilogia - seguindo a tradição da maioria das aventuras épicas do cinema.

Diferente do que se pode dizer sobre "O Retorno do Rei", o terceiro da trilogia anterior, o título que fecha o ciclo "O Hobbit" pode ser dificilmente compreendida pelos marinheiros iniciantes desta longa viagem. "A Batalha dos Cinco Exércitos" já começa em uma guerra, sem lenga lenga, como uma peça faltante de um encaixe. Com a briga pelo ouro e pelo controle de uma montanha, o andar da carruagem se tornam personificadas de maneira mais sólidas - atingindo os temas cruciais (muitos de grande problema social, entre eles): o orgulho, a bravura, a covardia, a honestidade, a ganância e a corrupção.

A busca em recriar todo encantamento daquele ambiente funcionou majestosamente em O Senhor dos Anéis e foi mediano em O Hobbit. Um exemplo disso é que toda a recriação da aventura parte para uma série de pretextos que se desenvolvem de maneira exaustiva - seja a conclusão da história principal ou seja a das subtramas que aparentam ser bem mais corridas e sem muito tempo de saborear um envolvimento mais profundo.

Para os jovens expectadores mais interessados em "tiro, porrada e bomba" este pode agradar tanto quanto "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres " (2002)  num comparativo global deste universo. Para os expectadores mais maduros - adeptos do conceito "cult" - poderá sair decepcionado da sessão. Porém, nem tudo está perdido. Além da apreciação técnica, vale destacar os intérpretes de Bilbo e Thorin.

Richard Armitage mostra que pode não só trazer um tom heroico como também um desenvolvimento bastante sombrio ao seu personagem Thorin - mergulhando dosadamente entre o lunático e o lucido (ainda, neste último caso, este tenha despertado em uma situação quase repentina). Entra em conflito com o honesto arqueiro Bard (Luke Evans) - este que tem grande destaque no começo da trama ao lado do vilão Smaug (Benedict Cumberbatch - ainda amedrontador).

Martin Freeman continua defendendo muito bem o seu hobbit, Bilbo, com bastante humanidade e certa fidelidade ao que foi visto na pele do intérprete anterior, Ian Holm - como a expressão de fala pausada (por vezes tentando emitir uma certa proteção, tentando esconder a sua insegurança ou algum tormento diante de uma situação bastante turbulenta). O mais interessante é quando esse "personagem" criado por Bilbo (o ato de interpretar como se estivesse em um teatro) se desmancha diante de um evento crucial (e trágico) da história.

Uma dos atrativos é o trabalho no impacto visual (há mais mortes significativas e a câmera lenta é ainda mais presente) e vale contar também com a direção de arte (de uma cidade em chamas a um vilarejo aparentemente saído de um período de guerra ou então na cena em que armas são tiradas de objetos cheias de teias de aranha). Tais momentos - sejam eles pequenos ou extensivos - favorecem a magnitude detalhada pela adaptação.

Quem conhece a história sabe qual rumo os seus principais personagens terão - portanto não há com o que se preocupar a não ser sentar e relaxar enquanto os desafios cada vez maiores vão sendo preparados para cada um deles durante a jornada. A ação (que dá o nome ao título) é colocada em piloto automático - quase um videoclipe - e acaba sendo mais interessante do que as subtramas.

O formato HFR ("High Frame Rate"/ Alta Taxa de Quadros) valoriza com bastante qualidade as cores, a fisionomia e o realismo em ótima sintonia com o 3D. A tecnologia é sem dúvida alguma uma das melhores realizações inventadas para proporcionar o melhor do 3D (mesmo que ele tenha sido convertido, foi capaz de melhorar a perspectiva de forma impressionante os objetos e outros eventos naturais em cena).

Se Peter Jackson então considerou O Hobbit como a última jornada cinematográfica do universo Tokien e que então deixaríamos de ver coisas como "O Silmarillion" só o tempo (e as evoluções da tecnologia e das formas de abordagem do cinema) poderão dizer. Ou, talvez, quando se recuperar o folego para se contar uma nova aventura com vigor. Sabe-se que parou no tempo certo, sem provocar um desgaste ainda maior.


 O 5 exércitos: Homens (cidade do lago), Elfos (regiões da floresta), Orcs (Ogros), Anões (colinas de ferro), e Wargs (lobos).


FICHA TÉCNICA
Título Original: The Hobbit: Battle of Five Armies
Duração: 144 minutos
Gênero: Aventura
País: E.U.A./ Nova Zelândia
Sessão Acompanhada: Cinemark Botafogo - 17:20 - O 12 - 13/12/14 (Sábado)
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