quarta-feira, 21 de maio de 2014

[Sessão Crítica] Godzilla (2014) IMAX 3D

NESTA POSTAGEM

SESSÃO CRÍTICA
GODZILLA

EXTRAS
Memórias da Sessão: Cadê o 3D??
Filmografia Godzilla
Ficha Técnica



SESSÃO CRÍTICA
GODZILLA

DE VOLTA E MAIS REFINADO
Ainda não faz nem 20 anos desde o lançamento de Godzilla em 1998, com direção de Roland Emmerich e estrelado por Matthew Broderick, e eu mal já esperava por um novo recomeço digno de Godzilla nos cinemas. Ainda que seja desnecessária todas essas refilmagens de clássicos bem acabados, os E.U.A. realmente estava devendo uma desculpa para o "monstrinho" Japonês. 

O mais estranho é que Emmerich era um diretor "ostentação" quando o seu nome era escalado em algum trabalho digno de filme-catástrofe, graças ao seu bom trabalho com "Independence Day" em 1996. Porém, o diretor Alemão infantilizou o negócio e o resultado ficou aquém do esperado. Depois desse trabalho, fiquei com o pé atrás de qualquer trabalho do diretor. Ele ainda contava com a ideia de uma cinessérie na época - logo me passava pela cabeça um "Godzilla 2" de Roland Emmerich pior do que o primeiro, que terminava com um forçado gancho para o segundo. Nem Spielberg aprovou o mostro do Emmerich.


Porém, nem tudo ali estava perdido, "Godzilla: The Album" (tendo a participação de artistas musicais do momento como Jamiroquai, Silverchair, Puff Daddy e Wallflowers) era a melhor coisa que o filme nos trouxe. "Tamanho é Documento" - como descrevia a frase de divulgação do longa de 98 - valia para os excelentes videoclipes (que acabavam sendo melhores que o filme). Vale citar: "Heroes" - uma regravação da banda Wallflowers do lendário nome da geração punk rock, David Bowie. Só o clipe e a música, tratava a relação entre homem e monstro de uma forma tão emocional que nem o filme conseguia fazer. 

Esse novo Godzilla de 2014 não se torna um desastre nuclear como a bombardeada versão de 1998, mas ainda consegue dividir a crítica e o público em terras Brasileiras. Seguindo fontes como o Jornal O Globo - "o bonequinho viu" é o que pega mais leve e praticamente dormiu no filme - e opiniões aleatórias no Facebook. Com o lançamento passando para as Quintas-Feiras, o risco de quem assiste lançamentos de filme só no fim de semana, e acessa Facebook, a tendência de se influenciar ou perder a surpresa da expectativa é grande. 

Com protagonistas estelares do momento, esta versão do novato diretor Gareth Edwards coincide com Emmerich apenas nesse detalhe. Diferente da migração vista em 98 com Broderick deixando de curtir adoidado como Ferris e Jean Reno deixando de ser "O Profissional", o trabalho curiosamente deixa de trazer grandes nomes de filmes de sucesso para trazer um grande nome de séries de sucesso da TV Americana (tão em evidência no momento). Estou falando de (é claro!) Bryan Cranston, premiado ator de Breaking Bad. Sua participação traz aquela devida dramaticidade mesmo em pequenas situações infames do longa.

Cranston (à esquerda) > Taylor (à direita)

A ótima performance de Cranston ofusca o foco em Aaron Taylor-Johnson.
Na trama, Cranston e Taylor são pai e filho, respetiva
mente, Ford Brody e Joe Brody. É notável como Taylor "envelheceu" se comparado ao garoto "Kick Ass" - mas ainda assim (perto do mestre Cranston), Taylor continua a parecer um aprendiz. O interessante é que ele voltará em breve no aguardado Os Vingadores 2: A Era de Ultron como Mercúrio, em 2015.

David Strathairn retorna como um líder militar

Outro nome interessante a ser citado é David Strathairn (Boa Noite e Boa Sorte). Ele era um chefe da CIA em O Ultimato Bourne e agora assume um outro papel de liderança, de caráter governamental, atuando de maneira familiar (numa postura rígida) como o almirante William Stenz.

Saindo dos vestígios marcados pelos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, Godzilla assume todo esse cenário de abalos catastróficos do terrorismo (11/9), acidentes nucleares (Fukushima) e atos devastadores da natureza (Tsunami). É compreensível que, em medos dos eventos vividos nas décadas de 2000, a história tenha deixado de ser um show de destruições misturados a humor infame daquela versão de 98 (Armageddon que o diga, né?).

O tom sério (como as próprias divulgações sugerem) deixa a nova aventura na trilha certa - e o compositor Alexandre Desplat auxilia e muito nesse clima. O ritmo de suspense é nulo - com raríssimas exceções graças ao poder de som da versão IMAX - e falta carga de empatia com as sequencias cortadas para os momentos de exploração ou até mesmo em algumas situações de caráter com valores familiares deixando público na torcida pela aparição de Godzilla.

Dr. Ishiro Sherizawa (Ken Watanabe) 
reconhece o monstro por "Gojira" ゴジラ

O 3D é mais um bem favorecido nas perspectiva de peças, como objetos e pessoas - principalmente nas sequências onde silhuetas humanas interagem passando de um lugar para o outro enquanto ocorre os movimentos dos "Kaijus" (como são conhecidos os monstros da série Godzilla no Japão), a iluminação tem também os seus pequenos destaques.


Mesmo arrastada, a exemplo de outros longas de "origem", surpreende em sua meia hora final (eis o velho truque funcional: o de deixar as melhores cartas para o encerramento da jornada). Precedendo da fotografia acinzentada dos dias nublados para o céu noturno dividido em luzes - há uma sequência icônica com militares descendo dos céus em meio a uma cidade em chamas (enquanto monstros dividem espaço). Vale frisar esse ponto - o detalhismo do diretor ao cada vez mais associar a conexão entre homem e monstro - um momento certo (que eu nunca encontrei na versão de Emmerich) para poder sonorizar no pensamento "We Can Be Heroes" da banda Wallflowers.  Não é exagero dizer que é 10 mil vezes mais sutil.


Momento Pós-Crítica
Godzilla (1954) contra Godzilla (2014)

A arte do novo monstro foi criticado pelos fãs ferozes do Japão pelas gordurinhas a mais (em comparação ao quase "maromba" original de 54). Ironicamente coincide com a situação da saúde do "Tio Sam", aonde a taxa de obesidade vai para 36% contra menos de 4% na terra do Sol Nascente, peça fácil para os Japoneses fazerem trocadilhos. Ao meno se trata de um trabalho tão criativo e tão fiel ao estilo caricato do que aquela imitação de "T.Rex" que tanto irritou o Spielberg em 98. 
Godzilla encara Mothra (tem características de abelha gigante no filme original)

Godzilla traz referências do longa Japonês de 64,  "Godzilla contra a Ilha Sagrada". Os personagens da família Ford seriam uma referência ao protagonista da versão Japonesa e Mothra (o "Kaiju" enfrentado por Godzilla) é referido como criaturas semelhantes a um gafanhoto (sendo o "macho" a criatura voadora). 

>>EXTRAS<<

Memórias da Sessão 

CADÊ O 3D??

Definitivamente esse fim de semana foi obra de Godzilla. Puramente caótico. Problemas com a minha câmera digital me impediram de assistir ao título em questão no sábado. Como vem se tornando uma tradição, muitos lançamentos de filmes ganham a Sessão Crítica entre o sábado e o domingo. Suspeitando que havia algum problema nas placas USB da minha máquina, providenciei logo uma outra torre aqui pra redação particular do Santuário. O problema é que o que parecia ser simples, levou um sábado inteiro, com o risco de não haver uma Sessão Crítica de Godzilla. 

Numa batalha contra máquina, entre o sábado e a manhã de domingo, outros eventos também coincidiram - tentando procurar alguns documentos perdidos. O domingo ganhou o direito a algumas pequenas quedas de chuva durante a manhã, mas Graças ao bom senhor Deus consegui ingressar numa sessão da tarde (sem chuva e com tempo fresco) para trazer a vocês uma Sessão Crítica dessa nova aventura 2014 do monstro em terras Hollywoodianas. Essa história toda de azar coincide muito com as impressões relacionada a essas tentativas de reinvenções do monstro nos Estados Unidos.

Vale citar que a maior surpresa desse formato IMAX é a introdução personalizada (com música e sons do bicho, com direito a balanço da tela) durante a contagem regressiva. O 3D assustou com os problemas de projeção encontradas na sessão. O lado esquerdo do óculos estava com sombras escuras, ficando apenas o lado direito completamente visível. Imediatamente retirei os óculos ao mesmo tempo que a platéia - havia um casal de "nerds" do lado - olhei para a esquerda pra ver se era apenas eu que estava com aquele problema e (graças à Deus) não era. Eu ri e a garota do lado também riu ao mesmo tempo por causa daquela situação. Um espectador mais a frente foi corajoso e protestou: -CADÊ O TRÊS DÊ? Pra ficar BEM CLARO para o UCI New York City Center (tenho as minhas suspeitas de que eles não ajustaram bem o 3D de O Espetacular Homem Aranha até hoje). Logo veio alguém avisando de que os responsáveis estavam cientes e de que o problema seria resolvido. Levou mais ou menos uns 10 ou 15 minutos para ajustarem o 3D.

O monstro foi merecidamente aplaudido sentado na sala - durante e após o término da sessão  - ótima performance da criatura digital que tanto faltava anteriormente. Mas ainda um espectador (justamente inconformado) disse que: "Não adianta, quero meu dinheiro de volta!" UCI New York City Center" mais uma vez pisou na bola e saiu impune.

Filmografia Godzilla
Segue uma lista dos 28 filmes e outras aparições especiais de Godzilla: 

Séries Showa*¹:

* Godzilla (Gojira, Dir. Ishirô Honda, 1954)

* Godzilla Contra-Ataca (Gojira vs. Biorante, Dir. Motoyoshi Oda, 1955)

* King Kong contra Godzilla (Kingu Kongu tai Gojira, Dir. Ishirô Honda, 1962)

* Mothra contra Godzilla (Dir. , 1964)

* Ghidrah, O Monstro Tricéfalo (San daikaijû: Chikyû saidai no kessen, Dir. Ishirô Honda, 1964)

* A Guerra dos Monstros (Kaijû daisensô, Dir. Ishirô Honda, 1965)

* Godzilla v.s. the Sea Monster (Mystery Science Theater 3000: 3ª Temporada, Episódio 13, 1966)

* O Filho de Godzilla (Kaijûtô no kessen: Gojira no musuko, Dir. Jun Fukuda, 1967)

* Destrua os Monstros (Kaijû sôshingeki, Dir. Ishirô Honda, 1968)

* O Despertar dos Monstros (All Kaijū Daishingeki, Dir. Ishirô Honda, 1969)

* Godzilla contra Hedorah (Gojira tai Hedorâ, Dir. Yoshimitsu Banno, 1971)

* Godzilla contra Gigan (Chikyû kogeki meirei: Gojira tai Gaigan, Dir. Jun Fukuda, 1972)

* Godzilla contra Megalon (Gojira tai Megaro, Dir. Jun Fukuda, 1973)

* Godzilla contra Mechagodzilla (Mekagojira no Gyakushu, Dir. Ishirô Honda, 1974)

* O Terror de Mechagodzilla (Mekagojira no Gyakushū, Dir. Ishirô Honda, 1975)



Series Heisei*²:

* Godzilla 1985 (Gojira, Dir. Koji Hashimoto, R.J. Kizer, 1984)

* Godzilla contra Biollante (Gojira v.s. Biollante ゴジラVSビオランテ, Dir. Kazuki Omori, 1989)

* Godzilla contra Rei Ghidorah (Gojira vs. Kingu Gidorâ, Dir. Kazuki Oomori, 1991)

* Godzilla contra Monthra (Gojira vs. Mosura, Dir. Takao Ookarawa, 1992)

* Godzilla contra Mechagodzilla (Gojira VS Mekagojira, Dir. Takao Okawara, 1993)

* Godzilla contra Space Godzilla (Gojira VS Supesugojira, Dir. Kensho Yamashita, 1994)

* Godzilla contra Destoroyah (Gojira vs. Desutoroiâ, Dir.  Takao Ookarawa, 1995)


Series Millenium: 

* Godzilla 2000 (Gojira ni-sen mireniamu, Dir. Takao Okawara, 1999)

* Godzilla vs Megaguirus (Gojira tai Megagirasu: Jî shômetsu sakusen, Dir. Masaaki Tezuka, 2000)

* Godzilla, Mothra & King Ghidorah: Tudo pelo Ataque de Monstros Gigantes (Gojira, Mosura, Kingu Gidorâ: Daikaijû sôkôgeki, Dir. Shusuke Kanek, 2001)

* Godzilla contra Mechagodzilla (Gojira tai Mekagojira, Dir. Masaaki Tezuka, 2002)

* Godzilla: Tokyo SOS (Gojira tai Mosura tai Mekagojira: Tôkyô S.O.S., Dir. Masaaki Tezuka, 2003)

* Godzilla: Guerras Finais (Gojira: Fainaru uôzu, Dir. Ryuhei Kitamura, 2004)


Refilmagens: 

* Godzilla, O Monstro do Mar (Godzilla, King of the Monsters! Dir. Ishirô Honda, Terry O. Morse, 1956 )

* Godzilla (Dir. Roland Emmerich, 1998)


Perguntas & Respostas:

Showa ou 昭和時代, Shōwa jidai é denominado como um "período iluminado de paz/ harmonia", se referindo a um período compreendido entre 25 de dezembro de 1926 até 7 de janeiro de 1989 reinado pelo imperador Showa Hirohito ( o mais longo dos impérios).

*² Heisei é a denominação recebida pelo Japão atual. Após a morte de Hirohito, uma era moderna se iniciou em 8 de Janeiro de 1989 com sucessão ao trono pelo filho de Akihito.

Godzilla, O Monstro do Mar é a primeira refilmagem americana de "Gojira" de 1954.


Bastidores


Haruo Nakajima (85) é o verdadeiro Godzilla. Era Haruo quem vestia a fantasia do monstro desde 1954. O ator sempre teve o prazer de interpretá-lo e relembra com muita alegria nas entrevistas dos tempos em que atuava como Godzilla nos longas clássicos entre os anos 50 e 70. Era interessante uma criatura tão assustadora ser interpretado por um ator tão animado e simpático.

"Godzilla" ao lado da atriz Momoko Kôchi curtindo uma folga nas filmagens de "Gojira" (1954)

Artista moldando o primeiro "Gojira". 






FICHA TÉCNICA 
Título Original: Godzilla 
Duração: 124 Min.
Gênero: Ficção Científica
Sessão Acompanhada: UCI New York City Center - O 05 - -16:35 - 18/05/2014 (Domingo)

Sinopse: Joe Brody (Bryan Cranston) criou o filho sozinho após a morte da esposa (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam, no Japão. Ele nunca aceitou a catástrofe e quinze anos depois continua remoendo o acontecido, tentando encontrar alguma explicação. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), agora adulto, é soldado do exército americano e precisa lutar desesperadamente para salvar a população mundial – e em especial sua família – do gigantesco, inabalável e incrivelmente assustador monstro Godzilla.
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