domingo, 9 de fevereiro de 2014

[Sessão Crítica] Operação Sombra: Jack Ryan IMAX

NESTA POSTAGEM

SESSÃO CRÍTICA
OPERAÇÃO SOMBRA: JACK RYAN



SESSÃO CRÍTICA
OPERAÇÃO SOMBRA: JACK RYAN

POUCO TEMPERO PRA BOA ESPIONAGEM
Depois de se aventurar no cinema em Caçada ao Outubro Vermelho (seu título mais famoso, de 1990), Jogos Patrióticos (Harrison Ford estreava no papel, em 1992), Perigo Real e Imediato (com o sucesso, Ford reprisa, em 1994) e A Soma de Todos os Medos (Ben Affleck volta a encarnar um Jack Ryan mais jovem, em 2002) - após um hiato de 11 anos, a franquia protagonizada pelo personagem de Tom Clancy (infelizmente falecido em 2013) é retomada pelo diretor Kenneth Branagh, tendo Chris Pine (o mocinho do momento, e o Capitão Kirk da nova versão de Star Trek) como o próprio Jack Ryan. 

Neste título, que busca apresentar uma origem dos primeiros anos do icônico agente e independente dos livros que o originou, tem David Koepp (Missão: Impossível; Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal; Parque dos Dinossauros) entre os roteiristas. É interessante, ainda que não explorado, poder ver Ryan na faculdade, como fuzileiro e finalmente como analista da CIA (tudo isso passado de uma forma um pouco corrida), mas por um evento, acaba o nomeado como um agente de campo por William Harper (Kevin Costner). 

Jack Ryan fez um sucesso considerável no cinema durante a década de 90, estrelado por Alec Baldwin (1990) e posteriormente por Harrison Ford (em 1992 e 94) e hoje pode se considerar como um personagem cult - notável, pois percebo o tanto de algumas saírem e voltarem da sala de cinema atrapalhando quem está assistindo (ao menos duas jovens com idades entre 16 e 21 anos) achando que só iriam lá pra assistir o Chris Pine - mas aí eu fico na dúvida se as mesmas se interessaram pela sinopse ou só pelo galã. 
Apesar de ser uma origem não contada pelos livros, a trama parece respeitar o estilo contido do personagem - em relação a utilizar armas ou então agir com ataques físicos - como visto em outras obras adaptadas. Isso lhe traz uma qualidade diferente dos outros agentes do cinema, como James Bond, Ethan Hunt e até mesmo Bourne. Jack é o agente mais humano nas cenas de tensão (podendo ser facilmente identificável no ponto de vista do espectador comum), graças a atuação brilhante de Chris Pine - mesmo com uma sequência de ação passada dentro de um banheiro (coisa que já tá se tornando clichê entre grandes espiões do cinema) aonde em um vídeo demonstrativo se parece muito com o de Cassino Royale, a cena editada dentro do filme é muito mais tensa e original, principalmente antes e depois da sequência. A espetacular versão em IMAX se destaca principalmente no calibre do impacto do som (em qualquer momento das cenas de ação) e causa altas emoções. 
Chris Pine retoma mais uma vez a forma jovem de Jack Ryan, iniciada por Alec Baldwin e posteriormente precedida por Ben Affleck, sendo representado como um personagem mais velho apenas duas vezes por Harrison Ford. A presença de Keira Knightley, como a Dra. Cathy Muller, futura esposa de Ryan, suaviza o tom de espionagem da trama com momentos água com açúcar - mas também traz um tom mais dramático que ajuda a desenvolver maior sentimento e envolvimento à narrativa, mesmo com o ritmo acelerado (quanto o envolvimento dos dois personagens) e situações quase que exageradamente previsíveis. 
Kenneth Branagh (o próprio diretor) se apresenta à missão como um vilão russo, Viktor Cherevin, em hora certa quando novas notícias entre um certo conflito entre Rússia e E.U.A. - envolvendo as declarações comprometedoras entre diplomatas Americanos em uma escuta telefônica - acabam de circular quentinhas na mídia. O mais interessante nas aventuras de Jack Ryan apresentadas, é a maneira bem convincente em apresentar conflitos políticos como um tema em meio a uma aventura de ficção - aonde as parafernalhas tecnológicas se baseiam exatamente nos tempos atuais (no caso deste, vemos celulares, computadores e sistemas de controle como artifícios usados pelos personagens). 
Mas comparado a outros casos enfrentados por Ryan, Cherevin mais parece um supervilão, em uma trama que envolve o sugamento financeiro do mundo - fica algo absurdamente fantasioso em comparação as tramas anteriores, mas não tanto quanto um 007 contra GoldenEye, por exemplo, se levar em consideração o nível tecnológico que temos hoje em dia e o que os terroristas são capazes de fazer com planos do tipo bioterrorismo. Após o 11/9 a maior ameaça ao mundo acaba se tornando a economia, nesse ponto, o objetivo encontrado para iniciar as aventuras de Jack Ryan em uma época atual, acaba sendo um acerto. 
Operação Sombra: Jack Ryan é marcado por atuações, o som explosivo do IMAX (caso tenha condições de pagar a mais pelo formato) e por um estilo original e mais legítimo de espionagem, se comparando a outras aventuras de sucesso e muitas vezes mentirosas. Mesmo com pouco tempero, vale uma conferida para quem busca algo mais sério do gênero. 

FICHA TÉCNICA
Título Original: Jack Ryan: Shadow Recruit
Direção: Kenneth Branagh
Duração: 105 Minutos
País: E.U.A.
Gênero: Ação

Sessão Acompanhada: UCI NEW YORK CITY CENTER - 14 O - 16:00 (SÁBADO)
Estréia: 7 de Fevereiro de 2014 (Brasil)
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