sábado, 26 de julho de 2025

[Sessão Crítica] Jurassic World: Recomeço

 


Muitos concordam que o anterior (Domínio) parecia um encerramento definitivo da cinessérie com base em sua campanha. No entanto, a indústria do entretenimento não costuma terminar sua história regularmente - isso muito acontece nos games (que são ainda mais rentáveis). Embora existam iniciativas ousadas com início, meio e fim na história do cinema e a audiência aceita isso muito bem. E quando a história termina e depois alguém obriga a ela continuar justamente porque a sua marca é muito forte para permanecer descansada oficialmente, a audiência cinéfila se manifesta e reconhece que estão fazendo de propósito. Mas, nem sempre, o boicote funciona. Jurassic World: Recomeço tem feito uma boa bilheteria apesar dos pesares da propaganda enganosa do filme anterior. 

Não me entenda mal, Domínio ofereceu uma excelente proposta ao reunir todas as gerações de personagens em um filme só, mas não sabia qual rumo tomar ou não foi lá muito ousado. Recomeço, segue a mesma premissa.

Na ideia de tentar mostrar que se trata de uma terceira geração da cinessérie, temos um elenco completamente novo, mas sem deixar de lado sutis referências aos clássicos. 

É como os filmes de terror, especialmente Sexta-Feira 13, tem Jurassic a rodo rolando no cinema e, embora, a fórmula pareça cansada, ainda vale conferir algumas surpresas interessantes. 

Se comparada aos originais, tenta investir mais no suspense - muito bem polida pela trilha sonora de Alexandre Desplat - mas que ainda fica aquém de boas sequências como O Mundo Perdido - Jurassic Park. Dinos surgem de forma imprevisível, um aspecto interessante quanto ao trabalho técnico de montagem com direção de Gareth Edwards - que já nos presenteou com o ótimo Rogue One

Ainda que tenhamos a Scarlett Johansson como a protagonista da vez - agora, partindo da premissa de uma mercenária perita em armas como principal - o destaque mesmo fica para a interação dos coadjuvantes: uma família que cai por um acaso na trama e encara os perigos na ilha proibida.


  MEMÓRIAS DA SESSÃO  
FILMES ATRASADOS

Além de Jurassic World: Recomeço, outras produções chegaram com atraso aqui na Sessão Crítica e outras acabaram nem ganhando um espaço ou ainda não tiveram a sua sessão devidamente acompanhada (como é o caso de Megan 2.0 e a refilmagem de Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado). É filme para um caralho.

Algumas produções que ficaram de fora da Sessão Crítica esse ano devido ao acúmulo de projetos para a nossa página no Facebook e, talvez, mais algumas outras para o YouTube. Portanto, aqui vai o esboço sobre algumas obras:

CINEMA

1)THUNDERBOLTS

Vingadores sombrios ou Vingadores ao avesso? Aqui, não tem Vingadores. Super-heróis como anti-heróis, mergulhando de forma profunda na crise existencial, tendo uma Florence Pugh (Yelena Belova) como a nova Viúva Negra, ativa, liderando bem a equipe em uma ótima e divertida interação entre os personagens e seus problemas cotidianos. Assistido duas semanas depois, junto da estreia do Karatê Kid: Lendas. ATENÇÃO: FIQUEM DEPOIS DOS CRÉDITOS


2) KARATÊ KID: LENDAS

30 anos, se levarmos em consideração o Karate Kid de sr. Miyagi, 15 anos se levarmos em consideração a reinvenção com Jackie Chan. Mas, 35 anos se levarmos Ralph Macchio - 36 anos sem atuar em um longa de Karatê Kid - já esquentando os punhos em Cobra Kai que conseguiu fechar perfeitamente o arco desses antagonistas pioneiros da série com uma ótima reconstrução dos vilões. 
A projeção consegue realizar um sonho que parecia impossível até mesmo para Cobra Kai: reunir os universos de Sr. Miyagi (Pat Morita) e Sr. Han. (Jackie Chan). 

Karatê Kid (2010), prometia ser o remake do clássico de 84 e que se saiu muito bem (apesar do enredo não considerar o karatê, mas sim o kung-fu).

Em Karatê Kid: Lendas, os arcos se fecham trazendo um novo protagonista já experiente em lutas. 

Afinal, muitos anos e obras se passaram e algumas transformações na narrativa tiveram que ser necessárias a fim de adaptar ao conhecimento dessa audiência que cresceu e são crianças adultas com certa nostalgia.

Lendas veio com aquela esperança de nos trazer novos filmes de ação como nos anos 80 e 90, mas acaba por nos trazer um divertimento com ares tecnológicos - referências a linguagens ou estética de um videogame de luta (e até mesmo uma propaganda de Tekken 8 pode ser vista). Os filmes de ação legado passam por novos tempos. 

Memória Pós-Crítica: Há uma subtrama que chega a ser interessante - expandindo o kung-fu e o karatê para o boxe. O que faz de Lendas a tentativa de ser algo ainda mais grandioso além da nostalgia tradicional.  

Divulgações: a propaganda é muito bem feita, lançando a ideia de mistério e o início de uma trama mais pesada que seguirá para uma próxima etapa. No entanto, o longa perece apenas entreter e seguir o tom leve - ainda que com ótimas cenas de luta. 

ATENÇÃO: FIQUEM DEPOIS DOS CRÉDITOS

3)MISSÃO: IMPOSSÍVEL - O ACERTO FINAL

A sequência direta e oitavo episódio da cinessérie segue um conceito interessante nesta segunda parte (que sucede O Acerto de Contas - Parte 1): um mergulho razoável num extinto gênero chamado suspense político como nos filmes de Philip Noyce (Perigo Real e Imediato) mas com o arrojado estilo que une ameaças criativas e as clássicas e sofisticadas reviravoltas da trama.  

Com o advento da pandemia, esta projeção veio a se tornar um dos filmes mais caros da história. O subtítulo grande teve uma campanha comercial ousada, frente a uma geração de filmes legado, trazendo um bom divertimento.

Com a chegada de Christopher McQuarrie na direção, a cinessérie passou a ser compreendida como episódios conectados no cinema: entre Nação Secreta até Acerto Final.  Enquanto nos filmes anteriores, cada diretor dava uma visão autoral das aventuras de Ethan Hunt. No entanto, considerando o Acerto Final, a jornada de Ethan Hunt se transforma em algo mais pessoal ou emocional - semente deixada em Missão: Impossível III. Essa importância veio quando havia queixas sobre a falta de sentimentalismo no primeiro de 1996 - que tem boa direção e sequências ousadas, mas era um pouco frio, além de poucas cenas de ação e ritmo lento para um tipo de filme arrasa-quarteirão com recepção mista daquela temporada, se tornou um título muito simbólico. M:I 2 apostou no romance água com açúcar e uma pegada mais agitada, para acompanhar uma audiência mais jovem. No entanto, o glamour de suspense clássico do filme original ficou de fora: o clima elegante de espionagem é trocado pelo sobretudo preto e explosões initerruptas. M:I III equilibrou tudo, com uma trama misteriosa, vilão envolvente, suspense afiado e ótimas cenas de ação muito bem distribuídas. 


Levando em consideração toda essa passagem, O Acerto Final, é uma verdadeira celebração à própria cinessérie, passando por referências marcantes - com a solução de um mistério homônimo entre as sequências anteriores - aproveitando bem a sua simbólica duração de 169 minutos (quase 3 horas) - um marco entre filmes de ação para uma audiência que busca entretenimento de grande porte e mostrando que há quem valorize narrativas além do cinema arte. Tom Cruise, o herói do cinema e marco de uma geração.

Essa ambiciosa passagem conecta pontos interessantes não explorados em seus filmes anteriores ao longo de seus quase 30 anos de história, chega a ser uma viagem completa, no entanto, se sente uma leve inferioridade de ritmo em comparação ao sétimo título. 

Apesar de algumas faltas sutis, não se vê o tempo passar e se equipara a ótimos filmes de grande duração ao longo de suas 2 horas  e 49 minutos, o mais longo dos oito filmes. O sucesso da febre dos super-heróis em seu ápice abriu esse caminho da valorização e amadurecimento quanto a visão de cinesséries voltadas para o cinema pipoca com o sucesso de Vingadores Ultimato. E  tudo começou com Batman: O Cavaleiro das Trevas que precedeu com Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, justificando a importância que um nome fora do nicho pode trazer uma visão além do alcance como é o caso do diretor Christopher Nolan (um nome já consagrado no cinema moderno do século XXI) - que, com o seu sucesso em 2008, nos trouxe uma resposta ainda mais corajosa e ambiciosa em 2012.

Missão: Impossível se molda nos detalhes, nos objetos, no investigativo, nas reviravoltas, no trabalho em equipe, na dinâmica, interação entre personagens, um amálgama de detalhes que o diferencia completamente de James Bond.

Além desse lado emocional do protagonista (e até investigando levemente suas origens), a trama também envolve um drama que explora coadjuvantes de autoridade - como Angela Bassett (grande surpresa) assumindo Erika Sloane, de diretora da CIA (Efeito Fallout) a presidente dos E.U.A., e a sua relação familiar.

Filmes unicos com uma longa historia dividida em duas partes costumam falhar na segunda parte. No entanto, O Acerto Final também cai nesse clichê, apesar de sutilmente. Ainda que seja pouquinho inferior ao anterior, consegue te prender do inicio ao fim. a contar pela deliciosa duraçao de quase 3 horas de açao, entretenimento e espionagem explosiva pura e Tom Cruise elevando ao máximo com cenas práticas sem dublê: em Missão: Impossível de 96, mesmo contido nas cenas de ação a crítica já o previa que ele tinha potencial para o gênero.

Um detalhe extra é que, como tudo é muito bem mastigadinho, para os agentes de primeira viagem, este oitavo não exige assistir aos longas anteriores mas para ter uma melhor conexão emocional com os personagens pode ser uma missão interessante a se fazer.


Assistido na pré-estreia no sábado (17 de maio).


Streaming/ Vídeo

4)VINGANÇA (Revenge, 2017)


Pertubadora produção de ação e terror com direção de Coralie Fargeat, uma cineasta que manda bem. A história se inicia como se fosse uma comédia romântica e depois desencadeia para um suspense frenético. Notavelmente, a patricinha que vira uma atiradora de elite, quando deixada para morrer no deserto, se tona uma guerreira exímia com técnicas de sobrevivência, buscando vingança de um empresário bem-sucedido e de seus sócios. Tudo bem que a premissa é tremendamente absurda - praticamente uma versão feminina de Rambo - mas é notável contar que tudo foi dirigido aos olhos sensíveis de uma mulher na direção, podendo nos posicionar até nos momentos mais pesados da trama como o feminicídio e o abuso (a exemplo de outras polêmicas e corajosas obras do gênero terror como a cinessérie Doce Vingança). Disponível no serviço de assinatura PRIME VIDEO.  


TRAILERS

AVATAR: FOGO E CINZAS

Durante as chamadas, trailers de Tron: Ares e Avatar: Fogo e Cinzas foram exibidos. A Odisseia também foi exibido (como na exibição de Superman).

 







SESSÃO CRÍTICA

JURASSIC WORLD: RECOMEÇO

SESSÃO ACOMPANHADA: 13:50 - 24/07/2025 - UCI NYC (DUBLADO)

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