sábado, 20 de junho de 2015

[Sessão Crítica] Dragon Ball Z: O Renascimento de 'F' 3D Dublado


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--NESTA POSTAGEM--

SESSÃO CRÍTICA
DRAGON BALL Z: O RENASCIMENTO DE 'F'

EXTRAS
MEMÓRIAS DA SESSÃO
FICHA TÉCNICA


   SESSÃO CRÍTICA  
DRAGON BALL Z: 
O RENASCIMENTO DE 'F'

DE VOLTA
À BATALHA

Quase dois anos após o sucesso de "A Batalha dos Deuses", Dragon Ball volta aos cinemas neste novo longa de animação dirigido por Tadayoshi Yamamuro. O cineastra, que já trabalhou no departamento de animação em produções como O Castelo do Céu (1986), um trabalho do lendário Hayao Miyazaki (aposentado recentemente das animações japonesas); e na série Digimon (1999), retorna ao posto para dirigir este segundo trabalho com roteiro de Akira Toriyama (o criador de todo o universo de Goku & cia. desde o seu nascimento no mangá).

Primeiro cartaz nacional do filme
Dragon Ball Z: O Renascimento de 'F' (cujo subtítulo é uma tradução direta do original), traz a última letra, em parêntese,  como referência ao retorno do vilão mega conhecido pelos espectadores da série de TV - e certamente o mais perigoso deles - o imperador Freeza. Tirando isso, o 'F' praticamente não significa nada de importante. A tradução direta da fonte veio logo após a sugestão de fãs - inicialmente era pra ser "O Renascimento de Freeza" um título bem mais coerente para os padrões nacionais (e mais identificável para um público novo), ainda que caia no convencional.

Ainda como sendo uma animação bem mais direcionada aos fãs e espectadores da clássica série,  os produtores reconheceram que as lutas foram deixadas de lado na animação de 2013. Isso até se torna justificável, devido aos tempos de paz desde o fim da última saga Majin Boo (1993-1996). Já neste segundo longa (ainda canônico), se torna uma espécie de 'prelúdio' para um plano ambicioso de reviver a série em uma nova saga, recentemente revelada como 'Dragon Ball Super' - enaltecendo a nova evolução de Goku para Super Saiyajin Deus.

Nas cópias dubladas, todos os dubladores originais voltaram, podendo ser ouvidas além do "- Oi, eu sou o Goku !", Wendel Bezerra. Élcio Sodré, a voz do Shiriyu de Dragão (Os Cavaleiros do Zodíaco), retorna como  Pilaf - o vilão da primeira fase da série. Carlos Campanile, a voz do Freeza, pode ser ouvida pela primeira vez no cinema desde A Batalha dos Dois Mundos (1995) - uma sensação incrível de retorno no tempo.

As cópias do UCI NYCC (Barra da Tijuca) - no formato Dolby Digital - capricharam na calibragem do som, podendo ser ouvido a pancadaria em todos os cantos da sala. Para o agrado dos fãs, a história segue daquela forma planejada pelos produtores: mais lutas na tela - mesmo sem a grandiosidade das batalhas épicas e longas da TV, mas com o seu estilo e certa intensidade medida com a duração do longa (infelizmente, de 93 minutos e não de 120 como a imprensa previa).

Essa duração, padrão de um longa metragem animado, é o que reduz o trabalho a uma mera prévia a nova série - com desenvolvimentos corridos sem explorar bem a tensão do ressurgimento deste vilão épico (e que gerou muito trabalho na série). Porém, a simplicidade do enredo (que se resume a quase um confronto de ringue e expectador) procura não gerar muito constrangimento.

Para evitar detalhar situações, deixando o roteiro confuso e com muitos buracos, aproveitam algum espaço para encaixar as 'embromações' típicas da série e o humor que vem com menos efeito em comparação ao filme anterior (sendo assim, um reflexo mais próximo do "Dragon Ball Z" da TV).

Um ponto interessante nesse sentido é a forma como o amadurecimento do roteiro de Toriyama consegue explorar o defeito de seus protagonistas - como a autoconfiança de Goku e a teimosia de Vegeta - às vezes tirando sarro ou chocando o expectador fiel com eles.

E a dupla Wills e Bills, para o bem ou para o mal, não estão nem aí para quem os odeia, e continua insistindo nas suas obsessões em causar confusões por comidas terrestres (tamanha persistência fazem com que eles ainda permaneçam divertidos e até mais compreensíveis). É algo do tipo:  "Wills e Bills são Deuses obcecados por comida terrestre, e isso foi retratado em apenas 1 filme. E se reclamar, tem 2". E aí está, eles não mudaram.

No elenco de novos personagens, entra Jaco (uma espécie de patrulheiro espacial), vindo diretamente do mangá mais recente criado por Toriyama. 'Jaco the Galactic Patrolman' (銀河パトロール ジャコ, Ginga Patorōru Jako) tem conexões paralelas com o universo de Dragon Ball (sendo o título idealizado em 2012 e lançado juntamente com "A Batalha dos Deuses" para aproveitar o retorno).

A participação especial do suposto 'anti-herói' acaba criando aí choques inesperados entre dois universos distintos - a estranheza vira discórdia que gera motivo para mais momentos de descontração em meio as batalhas. Mais uma vez, é o Japão se rendendo ao universo compartilhado.

Além de ganhar uma nova e rápida introdução, a trilha sonora ainda conta com uma atualização 'agitada' na trilha sonora, com músicas J-Rock - num estilo bem ocidentalizado. O trabalho da produção continua incrível - fruto do trabalho grandioso de Yamamuro - cores e animações vivas. No campo 3D, não há nada demais - como o costume de um trabalho produzido em 2D - os efeitos podem ser percebidos em algumas poucas animações em computação gráfica (como no movimento de uma nave no espaço, um ataque de inúmeros soldados e o surgimento de Sheng Long).


Um problema que muitos longas adaptados de uma série de TV do gênero costumam sofrer, permanece em Dragon Ball Z: O Renascimento de 'F'. Longe de ser um ambicioso longa para um grande público, cai no costume tradicional de agradar apenas a uma audiência específica. Entre eles, os fieis que cresceram e continuam adorando a saga pela forma como o conheceu na infância. 

O fato de não acrescentar muito a um argumento - de pretensões grandiosas - pode ser um grande risco para a cultura pop japonesa desse mercado, um risco como bem conhecemos e que pode corroer toda uma geração: o desgaste. O Brasil é atualmente um dos maiores exemplos quanto a esse grato reconhecimento pelas distribuidoras. o filme está em exibição nos cinemas através de cópias dubladas e legendadas, também em formato 3D. 

Concluindo o Papo-Cabeça: Espero com todas as forças, que o mercado dos animês da TV reconheçam a responsabilidade de sua transposição para o grande circuito cinematográfico mundial e aprendam a lição enquanto é tempo ou acabarão caindo no esquecimento como meros produtos dedicados ao público infantil e adolescente.


 
ATENÇÃO: FIQUEM ATÉ DEPOIS DOS CRÉDITOS  !!!


   EXTRAS   
MEMÓRIAS DA SESSÃO
A intenção era assistir ao longa no sábado (como de costume), mas decidi assistir na sexta-feira (1 dia após a estréia e último dia para a folga no fim de semana). Já disse a vocês o quanto odiei essa mudança das estreias de sexta pra quinta? Pois é, eu odeio, com todas as minhas forças.

De todos os horários, só o de 21: 35 era o mais viável (em um fim de dia) e em um lugar bem distante (que apesar de gostar muito, tem me dado uma certa preguiça) o UCI NYCC. Ainda eram umas 18 horas, 48 minutos para a felicidade. Um amigo quis fazer um lanche com a promoção no Mc Donalds, então - já com a barriga bem satisfeita de outra refeição - aproveitei para fazer companhia e usar a promoção que eu tinha para ajudá-lo. Foi uma boa essa segunda comilança, para não passar fome depois.

Encaramos uma sexta-feira chuvosa para pegar o lanche. Na condução para o cinema, fui até ao terminal, perguntei a uma trocadora (o número era o mesmo) e ela disse que era outro itinerário (315 -Parador).

Esperei e o bendito chegou (não estava escrito parador mas dizia que passava no lugar).
Se bem que o número que eu ia pegar não passava mais lá (segundo o motorista, só passava até um determinado horário).  Mas estava ali, que o ônibus passava aonde eu queria soltar e o motorista NEGOU! Maldito itinerário. Estava eu ali, ensopado pela chuva, pensando em alguma alternativa (e eu: - "o que fazer, se eu já tinha o ingresso em mãos? Será que perderei a sessão?") aí, o motorista me deu uma luz e disse que o que tava atrás passava e pediu para que eu dissesse  ao despachante que eu "havia pegado o ônibus errado e.. blá, blá!"

Aí, quando desceu o motorista do bendito itinerário certo, fez uma piadinha pra mim e subiu sem abrir a parte traseira, o despachante correu e disse pra ele abrir. E foi assim, o super herói do dia foi o despachante. Agradeci e subi no ônibus. A parte do meu lanche (McFish, com batata e suco de manga, que eu havia depositado na minha garrafa de água) aproveitei pra devorar dentro do veículo mesmo. Vi que alguns outros passageiros estavam fazendo a mesma coisa (vida corrida de cidade grande é assim mesmo).

E lá foi o meu passeio (que passava por uma outra rota, diferente do que eu estou acostumado, o que me preocupou no começo), quando me senti cheio pelo suco, vi que não foi uma boa ideia tomar líquido naquela fria noite. Espremi os pés, torci as mãos, orei bastante e torci para chegar o mais rápido possível. Em meio aquelas paisagens noturnas e túneis iluminados,  mal deu pra apreciar a paisagem - entre túneis, barracas, construções, casas e prédios pelo espelho - embaçado pela água e pelo frio, enquanto eu ouvia Blur (1997) pelo celular, só queria chegar a tempo da sessão.

Mais ou menos nesse momento, duas moças - sentadas a frente - olharam pra mim e para um moço ao meu lado perguntando pelo mesmo lugar que eu iria saltar: - "já passou do ...?" (respondemos quase ao mesmo tempo) que o local não havia passado - (só balancei a cabeça) e ele acrescentou, sorridente, que era do outro lado. Torci muito para que não levasse tanto tempo, quase perguntei "- Quanto tempo levava ?", pelo meu desespero.

Mas me senti aliviado porque chegou na hora devida e corri rapidamente para o toalhete - disparei o laser, fiz a higiene básica para retirar os vestígios da arma - e fui em direção a sessão. Prestes a subir as escadas, vi uma legião de garotas com peles bem claras, bem maquiadas e bem vestidas (afinal, se trata de uma região de alta sociedade).

Dentro do cinema, fiquei observando a audiência e haviam pessoas na faixa dos 20 anos pra cima. Uma moça, acompanhada de dois homens, meio encorpados e barbudos, sentaram bem ao lado. A moça, sentada do meu lado, usava óculos, aparentemente menos encorpada, estava com lanches na mão e perguntou, com voz delicada e gentil, se poderia deixar a bebida dela no braço da cadeira aonde eu estava sentado, e fomos nos comunicando entre cortesia e agradecimento. Fora isso, comentei que os trailers não estavam sendo exibidos em 3D e sobre o início do filme - ela riu e correspondeu atenciosamente cada diálogo.

Logo depois, caminhando para a volta, muita lama pela frente, e um carro em alta velocidade levou um jato de água sobre uma lama pra cima de mim, me salvei da lama mas fiquei todo molhado de novo (o guarda-chuva também foi o meu "super-herói" na situação).

Foi um bom dia - sem problemas aparentes na exibição (com exceção de uma pequena faixa preta que incomodava no 3D, já no meio do filme, mas que era quase imperceptível), aparentemente, a moça do lado parece ter notado, mas não cheguei a perguntar.








A reação da plateia foi a maior parte do tempo bem comportada, com risadas em algumas situações. Em um momento do filme, Goku diz "- Eu não preciso virar super saiyajin para te derrotar", a galera ficou empolgada, principalmente a moça do lado quando, ironicamente, disse "- Ouuuu!". Era também perceptível que haviam alguns leigos, confundindo referências de Dragon Ball, e outros bem entendidos.


FICHA TÉCNICA
Título Original: Doragon bôru Z: Fukkatsu no 'F /ドラゴンボールZ 復活の「F」, Doragon Bōru Zetto: Fukkatsu no Efu
Duração: 93 Minutos
Direção: Tadayoshi Yamamuro
Com: Wendel Bezerra (Goku). Alfredo Rollo (Vegeta), Carlos Campanile (Freeza) e Tânia Gaidarji (Bulma).
Sessão Acompanhada: UCI NYCC 21:35 - N 12 -  19/6/15 (Sexta-Feira)
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