quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

[Sessão Crítica] A Teia (1ª Capítulo, 2014, Brasil)


NESTA POSTAGEM


 SESSÃO CRÍTICA
A TEIA



SESSÃO CRÍTICA
A TEIA

POLICIAIS, LADRÕES 
& ROCK NA VEIA
A Teia traz várias caras novas ou pouco conhecidas na TV

O seriado foi uma das grandes surpresas do ano reservadas pela rede Globo (ao lado da adaptação Amores Roubados). Baseado em fatos reais, a trama conta traz como ponto chave um dos casos mais desafiadores da Polícia Federal armadas por um criminoso chamado Marcelo Aurélio Borelli. Em Junho de 2000, uma acusação de um roubo de 61 quilos de ouro em um compartimento de carga de um avião, no aeroporto de Brasília, veio ao conhecimento da polícia, iniciando aí uma caçada de gato e rato, trazendo o delegado Antonio Celso dos Santos a frente das investigações. 

O seriado marca a estréia do ator Paulo Vilhena (conhecido como um galã de outras produções) na pele de seu primeiro vilão, interpretando a própria encarnação fictícia de Marcelo Borelli, Marco Aurélio Baroni , que encabeça as ações criminosas de seu bando e que futuramente se revela como um dos criminosos mais insanos que a polícia federal já encontrou pela frente -  os passos da vida do perigoso envolvem crueldade e perseguições históricas.  João Miguel ("Cinema, Aspirinas e Urubus", filme de 2005) estréia pela primeira vez como protagonista, como o delegado Jorge Macedo - personagem livremente inspirado no delegado Antonio Celso, envolvido no acontecimento real.
Mocinho e bandido possuem livres interpretações 
das respectivas pessoas que o originaram

A exemplo de outras séries de ação, com roteiro original, é notável que a trama é um romanceamento dos acontecimentos (assim como fica claro na diferença de nomes dos protagonistas e o que é revelado no fim de seus créditos). Na vida real, Borelli, antes de entrar para vida do crime, era filho de um rico agricultor de cereais do interior do Paraná, que faliu e deixou a família em séries dificuldades financeiras Desde então, Borelli resolveu virar bandido por ter se revoltado em não ter as mordomias que estava acostumado. Começou roubando carros e evoluiu cometendo assaltos a bancos e carros fortes até se tornar chefe de uma quadrilha.

No episódio piloto, o prólogo apresenta um acontecimento anterior ao desenvolvimento regular dos 45 minutos de duração. Então vemos, além do jeito bandido de Baroni, o lado mais humano de seu vilão, quando está longe do crime, vivendo em família com Celeste (Andréa Horta) e a sua pequena filha, Ana Tereza (Nathália Costa), e estrelam sequências impactantes no começo.

João Miguel, interpreta um detetive conhecido por ser linha dura, como é perceptível em alguns vestígios - também conhecido pelo apelido Cearense Pinga-Sangue. Apesar de um personagem interessante em mãos, sua atuação, assim como outros demais, me pareceu um pouco menos expressiva. A expectativa é notar como o seu personagem irá se desenvolver diante do desafio nos próximos 9 episódios (num total de 10) onde acaba se tornando famoso por ser um detetive fora dos padrões, como é apresentado nas chamadas.

O misto de ação e Rock n' Roll (regado ao som tema Come As You Are da cultuada banda grunge dos anos 90, Nirvana) se tornaram um dos pontos mais chamativos na propaganda de divulgação exibida na TV, e se encaixam sem exageros no desenvolvimento do capítulo. Ponto alto para a edição.
Ainda que siga os estilos dos filmes policiais consagrados por Hollywood, A Teia transporta para a TV os diálogos mais informais vistos em filmes como Cidade de Deus, Tropa de Elite 1 e 2 - uma marca do criador do seriado, Bráulio Mantovani, que é responsável por esses grandiosos títulos nacionais de ação e de grande sucesso tanto de público quanto de crítica. Mantovani ficou reconhecido mundialmente com a indicação ao Oscar 2003 recebida por Cidade de Deus por Melhor Roteiro (uma das 4 indicações o qual o filme ficou indicado). A Teia também é comparada as certas semelhanças aos seriados de investigação (tanto em seus trabalhos promocionais quanto na forma como é conduzida a história), um exemplo disso é o famoso Spidergram (o título A Teia provém dessa palavra) visto em séries consagradas como Breaking Bad.

Com trama complexa - certos detalhes não capturados podem perder o interesse pelo envolvimento e determinados clichês podem não agradar a quem está saturado do gênero policial nacional. Mas pra quem estava órfão de seriados como Força Tarefa, e outros mais antigos, como A Justiceira (1997) e Labirinto (1997)  - A Teia, com as suas influências da nova geração dos policiais Americanos e do cinema Nacional, pode ser um prato cheio para os expectadores da Globo.

ATENÇÃO: A série é exibida as Terças- Feiras às 23 Horas.


FICHA TÉCNICA
Título Original: A Teia
Duração: 45 Minutos
Capítulos: 10
Sessão Acompanhada: 29 de Janeiro de 2014 (Quarta Feira) - SKY
Período de Exibição: 28 de Janeiro - 1 de Abril 
Diretor: Rogério Gomes (A Próxima Vítima)
Gênero: Policial
País: Brasil

Sinopse (Wikipédia): "A série policial, inspirada na rotina de ações e investigações criminais, conta a história do delegado Jorge Macedo, seus dramas pessoais e a forma como ele desmontou uma quadrilha responsável por um grande assalto a um aeroporto. Avesso à violência e ao corporativismo, o personagem coloca sua reputação em risco na tentativa de capturar Marco Aurélio Baroni, um criminoso inteligente e sedutor vivido por Paulo Vilhena."
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