domingo, 10 de novembro de 2013

[Sessão Crítica] Capitão Phillips

NESTA POSTAGEM
SESSÃO CRÍTICA
Capitão Phillips

EXTRAS A BORDO
Galeria Comparativa: Ficção x Realidade
Ficha Técnica


SESSÃO CRÍTICA
Capitão Phillips

CONFRONTO ENTRE LIDERES

Quando eu assisti ao trailer nos cinemas, mal eu sabia que se tratava de um fato real - pesquisando logo depois, descobri que a trama realmente se baseia em um fato verídico, o tenso trailer trazia uma situação com coisas muito realistas e um confronto tenso entre os dois protagonistas. E é dessa forma que este novo longa de Paul Greengrass trata a história. Com situações cuidadosamente bem construídas - tanto no roteiro de Billy Ray quanto na edição do diretor. 

A história se passa em um ano marcado por momentos fatídicos e outros extraordinários, 2009, começando a embarque nos EUA e a tensão em águas somalis. Após uma conversa com sua esposa, Andrea Phillips (Catherine Keener), sobre o futuro profissional de um de seus filhos - Capitão Phillips (Tom Hanks) embarca para mais uma viajem em alto mar. Lembrando que a conversa, que traz diálogos um tanto comuns, não cria muita profundidade de início, porém, é parte da personalidade de Richard Phillips (e que se parece bastante com o meu pai - eu via o personagem o tempo todo como ele na trama), um homem forte nas decisões. 

Enquanto isso, na Somália, Muse (Barkhad Abdi), Bilal (Barkhad Abdirahman), Najee (Faysal Ahmed) e Elmi (Mahat M. Ali) embarcam para o mar - juntamente com um outro grupo - atrás de faturar com o sequestro de algum navio. O principal ato acaba no sequestro do navio cargueiro de bandeira Norte-Americana, MV Maersk Alabama, de Capitão Phillips e seus tripulantes. O evento marca como o primeiro sequestro de um navio Americano por piratas em 200 anos. 

Lançado ao mar para financiar senhores da guerra tribais, o bando de piratas somalis armados é liderado por Muse (Abdi). Por outro lado, Phillips é o capitão que tem a missão de entregar mercadorias e alimentos ao povo somaliano. O confronto entre Muse e Phillips, dois líderes de lados opostos, desenvolve uma interessante  e complexa questão a respeito das extremidades da globalização, de fundo. Muse se deslumbra com o potencial Americano e chega a dizer, em algum momento, que gostaria de morar no país, após tudo aquilo passar. 

Tom Hanks, no papel principal, enaltece a tensa narrativa e surpreendentemente adiciona extrema persistência - confronta, com decisões cautelosas, até o fim (a notar principalmente na sequência onde piratas somalis estão prestes a tomar seu navio). Quando se vê cercado pelos quatro fuzileiros (Muse, Bilal, Najee e Elmi ), demonstra humildade ao defender corajosamente a tripulação tentando dialogar com os ameaçadores. Quando se encontra no limite, a postura do velho e sábio lobo do mar é mantida, porém, lhe é atribuído coragem e certo desespero diante do quase impossível - com um tom discreto de fragilidade que vai crescendo se tornando grandioso (eu mesmo quase não me contive com as lágrimas).

Abdi, que já dirigiu diversos videoclipes, estréia pela primeira vez em um longa metragem em Hollywood. Uma curiosidade é que o ator é Somaliano, mas vive nos E.U.A. desde os 14 anos, quando se moveu com a sua família para a cidade de Minneapolis (do Estado de Minnesota). Atualmente está dirigindo um filme chamado Ciyaalka Xaafada. Na pele do líder dos piratas fuzileiros somalis, Muse, representa incrivelmente o tipo que não pode ter sua força subestimada. Ainda que se tenha a aparência de um homem frágil, é o mais consciente de seu grupo de piratas e que pode reagir quando se sente ameaçado. Por vezes, consegue ainda ser irônico, com uns toques de lucidez. 

Outros atores que estão no elenco de coadjuvantes (todos muito bons) que também vale destacar fazem parte do grupo de piratas liderado por Muse. Assim como existe o cérebro, o líder, há também o valentão, que causa aquela explosão fúria no longa, este é o caso de Bilal, interpretado por Abdirahman, com uma cara de psicótico que o faz imprevisível; Ahmed é talvez o novato mais ingênuo da turma, que só faz o que lhe é mandado, como uma marionete, na pele de Najee.  A marinha americana ficou muito bem representada, com maior destaque para Yul Vazquez, como o capitão Frank Castellano, personagem muito icônico na história, a narrativa também ensaia de forma espetacular a estratégia militar (o que chegou a me lembrar um pouco Bourne, do seu jeito). 

Mesmo que envolva questões políticas por dentro do desenvolvimento, é importante também descrever que o longa toma um certo cuidado para não cair como mais uma propaganda americana de combate ao terrorismo. Tanto é que em uma das sequências, Muse solta um: - Não somos da Al Quaeda. A moral não se conecta à vingança, os somalis estão ali por dinheiro.  Segue a verdade do slogan promocional, sobre luta pela sobrevivência diante de uma situação. 

Na edição, o diferencial se destaca nas sequências de ação realistas, sem exagero, e a câmera, que toma a forma semelhante a de um documentário - ao menos, 16 minutos de uma mesma sequência foram gravadas e Greengrass filmou os atores com a câmera sobre os ombros, para concentrar com mais precisão o rosto de cada um na tela.

Ainda que certos filmes pareçam meio pretensiosos ao dizer que - Esta é uma história real, Capitão Phillips apresenta interessantes técnicas em sua narrativa e curioso confronto de atuações no elenco que valem o ingresso.

Momento Pós-Crítica
A capa do livro original e a capa da publicação no Brasil, com a capa semelhante ao cartaz do filme (respectivamente)

A história foi inspirada no livro Dever de Capitão (A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALS, and Dangerous Days at Sea) escrito pelo próprio Richard Phillips

Tom Hanks e Barkhad Abdi estão cogitados fortemente como os futuros indicados dos Oscars de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente (ou quem sabe ganhadores? Faças as suas apostas)

EXTRAS A BORDO

Galeria Comparativa: 
Ficção x Realidade
Uma comparação entre os atores e as pessoas reais que eles interpretaram no filme, assim como situações respectivamente, ou referências. 

Tom Hanks é Capitão Phillips
Tom Hanks 
(Data de Nascimento: 9 de Julho de 1956 Local de Nascimento: Concord, Califórnia, E.U.A.) 

Capitão Richard Phillips 
(Data de Nascimento: 16 de Maio de 1955 Local de Nascimento: Nova Hampshire, USA)

Nota: O protagonista da história é apenas 1 ano mais novo do que o próprio ator que o interpreta.

Barkhad Abdi é Muse (líder pirata somalis)
Barkhad Abdi
(Data de Nascimento: 10 de abril de 1985 Local de Nascimento: Gaalkacyo, Mudug, Somália)

Muse
(Data de Nascimento: 1990 Local de Nascimento: Gaalkacyo, Somália)

Nota: Curiosamente, ambos nasceram no mesmo país e cidade.

Yul Vazquez é Capitão Francis Xavier "Frank" Castellano
Nota: Cogita-se que Frank Castellano está em atividade na marinha desde 1990.

Catherine Keener é Andrea Phillips
Catherine Keener
(Data de Nascimento: 23 de Março de 1959 Local de Nascimento: Miami, Florida, E.UA.)

Andrea Phillips
(Data de Nascimento: 16 de Abril de 1957 Local de Nascimento: Massachusetts, E.U.A.)

Corey Johnson é Ken Quinn (2ª Suboficial)

David Warshofsky  é Mike Perry (Engenheiro Chefe)

Michael Chernus é Shane Murphy (2ª Capitão)

Chris Mulkey  é John Cronan (3ª Engenheiro)


O bote salva-vidas.

MV Maersk Alabama


Capitão Richard Phillips e Capitão Frank Castellano

Confira as notícias & material de apoio da mídia internacional :

FICHA TÉCNICA
Título Original: Captain Phillips
Duração: 134 Minutos
Gênero: Drama
Direção: Paul Greengrass (A Supremacia Bourne; O Ultimato Bourne)
Sessão Acompanhada: Kinoplex Nova América - 18:00 - L 5 - 9/10/2013 (Sábado)

SOBRE
SESSÃO CRÍTICA
CAPITÃO PHILLIPS 
por 
MESTRE RYU 
(textos e edição de imagens)
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