domingo, 1 de setembro de 2013

[Sessão Crítica] Círculo de Fogo (2013) 3D

NESTA POSTAGEM 
SESSÃO CRÍTICA
CÍRCULO DE FOGO

EXTRAS
GALERIA 
FICHA TÉCNICA



SESSÃO CRÍTICA
CÍRCULO DE FOGO

ELES COPIARAM CERTO 
   Depois de adaptarem produções como Speed Racer, para os cinemas, e Power Rangers, para a TV Ocidental, finalmente os Americanos acertaram. Círculo de Fogo pode ser acusado de longa plagiador por alguns fanáticos por Animê, Mangá e Tokusatsus (os Super-Heróis Japoneses, como Ultraman e Jaspion) mas de uma coisa é certa: Eles copiaram certo. O melhor disso é o triunfo de conferir tudo aos cuidados dos melhores cinemas. É recomendável se assistir em 3D IMAX. 

O 3D é excepcional, podendo ser percebido a todo momento, até mesmo nas cenas de ação onde a câmera balança muito - um problema muito frequente em filmes que não são filmados em 3D, mas apenas são convertidos para o formato - como é o caso de grandes produções como Duelo de Titãs e O Homem de Aço.  Um longa realmente obrigatório para se assistir neste formato e de preferência em salas IMAX ou com boa qualidade de som. 

Os monstros enfrentados pelos heróis são quase que, essencialmente, Godzillas. São inteligentes e tem superpoderes

No longa, os heróis e vilões da trama, respectivamente, logo são apresentados em descrições no começo, com as denominações: Jaengers (Caçador, em Alemão) e Kaijus (Betas Estranhas, em Japonês). Raleigh Becket (Charlie Hunnam) e Yancy Becket (Diego Klattenhoff) são dois irmãos que pilotam os Jaengers, e se destacam na luta contra os Kaijus. Até que Raleigh perde seu irmão numa luta feroz contra um Kaiju. Após 5 anos da tragédia, ele então é encontrado pelo seu antigo comandante, Stacker Pentecost (Idris Elba), que lhe pede ajuda para retornar a ativa.

Os maiores destaques do elenco certamente ficam com Idris Elba (Thor), cogitado como o possível próximo James Bond; Ron Perlman (Hellboy), aqui como um mercador ilegal de Kaijus, meio sanguinário, chamado Hannibal Chau; e Rinko Kikuchi (Wolverine: Imortal), representando os Japoneses, como Mako Mori. Nem mesmo os alívios cômicos representados por Burn Gorman, como Gottlieb, e Charlie Day, como o médico, Dr. Newton Geiszler, quebram o bom ritmo. 

Os efeitos visuais e sonoros são as maiores partes do show, aposto aí em duas indicações ao Oscar para estas respectivas categorias. A movimentação em passos lentos, tanto dos robôs quanto dos monstros, seguem fielmente a estética dos seriados japoneses de robôs gigantes. A locomoção dos robôs, conduzidos por seus pilotos através de conexão neural, é detalhada como a movimentação da roda de um carro de fricção (tanto no som quanto na força física dos personagens, aparentemente). 

Marcado pelo seu misto de emoção familiar e fantasia  em suas produções (O Labirinto do Fauno é um dos seus maiores exemplos em relação a isso) o diretor Guilhermo Del Toro conseguiu trazer um tom equilibrado à narrativa, sem gorduras, com um profundo sentimentalismo visual nas cenas de luta entre robôs e monstros.

 Duelo de Protagonistas: Raleigh Becket (Charlie Hunnam) contra Rinko Kikuchi (Mako Mori)

A relação entre os protagonistas, Raleigh e Mako, é sutilmente muito bem tratada. A conexão emocional entre os dois personagens é muito mais importante do que a conexão carnal entre muitos casais de heróis hollywoodianos do gênero. A sutileza é bem fiel às produções asiáticas, em especial as Japonesas. 

O espaço trabalha muito bem Mako, e os problemas causados por seus traumas do passado, mas trabalha pouco o passado de Raleigh, a relação com os seus amigos de batalha, e a sua fragilidade, em relação ao seu lado explosivo, tal característica que é muito gratificante de se ver em uma produção desse porte por um protagonista - este é um dos pontos que se tornariam fortemente humanos por parte do trabalho dos roteiristas ou o que pelo menos o que poderia ser mais mostrado na tela. 

E ainda insisto: o passado e o temperamento de Raleigh poderia realmente ganhar um tempo considerável na tela, trocando por algumas outras situações de confronto, e o retorno de Mako, após uma certa ausência das batalhas, deveria ter ganho uma atenção melhor na trama. Mesmo com estas peças em falta, é uma as melhores super produções do ano.

"Robert Kazinsky se torna um eficiente antagonista, como Chuck Hansen, a exemplo de Val Kilmer, como Iceman, em Top Gun"

Acredita-se que parte do roteiro teria se inspirado numa possível adaptação cinematográfica do animê & mangá, Neo Geneses Evangelion, com produção da 20th Century Fox. Mas entre as aparentes influências ou homenagens, além das produções Japonesas, é possível comparar algumas refências com Top Gun: Ases Indomáveis e Independence Day, dois grandes sucessos de Hollywood e também nos E.UA.

Mesmo como produção Americana, o longa rendeu aproximadamente U$$ 300 milhões só nos cinemas Norte-Americanos. Uma renda ainda baixa para a expectativa da produtora Warner Bros. ,  mas conseguiu rendimento maior em outros países fora de seu continente. No Brasil, estreou com 356 mil espectadores.  
Sobre a comparação a Evangelion: É natural essa pouca percepção dos Americanos, já que adaptar um mangá & anime como Evangelion, ao gosto deles, seria difícil pela alta carga de conteúdo envolvendo conceitos religiosos, psicológicos e dramáticos, o filme de Del Toro pega emprestado estes dois últimos conceitos citados. 

Mas é também importante não ignorar que Americanos, assim como o Japoneses, constroem produções associadas às histórias de seus respectivos países. Enquanto Tokyo sofreu com o Hiroshima & Nagasaki, Nova York sofreu com os atentados do 11 de Setembro. Ambos, eventos imensamente catastróficos que entraram para a história do mundo, e de maior referência a cada sociedade respectiva. 

Mesmo com a arrecadação abaixo do esperado, não se tornou um completa decepção, já que a produtora pretende lançar uma sequência.  No Brasil, por exemplo, o mangá & animê se tornou uma febre crescente e o sucesso se tornou quase certo, ainda que estreando atrás de Os Smurfs 2 - que obteve 439 mil expectadores em sua segunda semana.

Círculo de Fogo chegou aos cinemas Brasileiros no dia 9 de Agosto, mas só pude conferir agora, bem no final do mês. Com poucos horários disponíveis ao redor da cidade, e já fora de cartaz das salas IMAX por causa do lançamento de Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos. Acho que sinceramente deveria haver mais de uma sala IMAX no Rio de Janeiro há tempos.


EXTRAS
GALERIA
Charlie Hunnam é Raleigh Becket

Rinko Kikuchi é Mako Mori

 Iris Elba é Stacker Pentecost
Robert Kazinsky é Chuck Hansen
Jangers 
Kaijus


FICHA TÉCNICA
Título Original: Pacific Rim
Sessão Acompanhada: UCI Kinoplex Norte Shopping - 15:55 - 9 M (31/08/2013 - Sábado)
Duração: 131
Gênero: Ação
Direção: Guilhermo Del Toro
Sinopse Oficial: Quando legiões de criaturas monstruosas conhecidas como Kaiju começaram a emergir do mar iniciou-se uma guerra que acabaria com milhões de vidas e consumiria recursos da humanidade por anos a fio. Para combater os gigantes Kaiju um tipo especial de arma foi criado: robôs gigantes chamados de Jaegers controlados simultaneamente por dois pilotos que têm suas mentes trancadas em uma ponte neural. Mas mesmo os Jaegers se mostram quase que indefesos em relação aos implacáveis Kaiju. À beira da derrota as forças que defendem a humanidade não têm escolha senão recorrer a dois improváveis heróis um esquecido ex-piloto (Charlie Hunnam) e uma inexperiente aprendiz (Rinko Kikuchi) que se juntam para comandar um lendário mas aparentemente obsoleto Jaeger do passado. Juntos eles representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse. 


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