domingo, 30 de junho de 2013

[Para o Alto e Avante!] A Morte do Super-Homem (1992, HQ) - Postagem de Colecionador: Parte 1 de 2: Análise Ex

NESTA POSTAGEM

AO PÉ DA LETRA
A MORTE DO SUPER-HOMEM

SUPER EXTRAS
ERROS DE CONTINUIDADE
GALERIA DE CENAS


AO PÉ DA LETRA
A MORTE DO SUPER-HOMEM

QUANDO OS HERÓIS SANGRAM 
Quem era mais rápido que uma bala? Mais forte que uma locomotiva? Capaz de saltar sobre os prédios mais altos com um simples pulo? Quem era visto nos céus ? O que poderia ser confundido com um pássaro ? Um avião ? Quem era esse cara? 

Quem aí não conhece o mito, Super Homem? O nome já diz tudo. Foi o grande responsável pela existência do termo: Super - Herói. Foi o primeiro a ganhar uma revista em quadrinhos com o seu nome: Superman (nos E.U.A.).

Surgiu em 1939, graças a mente batalhadora e criativa de dois magos sonhadores: Jerry Siegel e Joe Shuster. Depois tendo seus direitos adquiridos pela famosa subsidiária da Time Warner: DC Comics. O tempo passou, se modernizou, novos super heróis surgiram com propósitos para salvar o mundo de alguma maneira, e o Super sempre foi aquele tipo de herói que salva a humanidade sem motivos pessoais. Ele simplesmente é um Super Herói de intenções nobres.

Devido a grande aceitação do público por outros grandes super-heróis e com conceitos cada vez mais arrojados e rebeldes, Super foi remodelado de acordo com o seu tipo de universo e característica. Aquele herói indestrutível não era mais o tipo de personificação ideal para os leitores, teria de haver algo a mais que pudesse aproxima-los: Isso envolve histórias mais interessantes e mais correlacionada com o seu tempo.
Eis que nas últimas décadas, uma legião de reformulações (ou tentativas) ocorreram com os antigos super-heróis, muitos que surgiram nos tempos da Segunda Guerra, outros durante os tempos de ditadura política e intolerância racial, este último com uma imagem ainda muito bem aceita nos tempos de hoje.

Os heróis dos quadrinhos precisam estar coerentes com tal época. Pois são eles que representam um papel importante para retratar as necessidades de uma sociedade mais justa e mais igual. Eles são a crítica em forma de arte.
De alguma maneira, o Super Homem é o símbolo dos bons ideais e crenças esquecidas ou ignoradas por grande parte da sociedade por gerações e gerações.

Mas o que interessa no mundo dos Super Heróis, não são apenas histórias bem contadas, importa também a adrenalina. Aquilo que faça te interessar a entrar e sentir a história como se fosse de verdade.
Super Homem, o primeiro e maior herói de nossos tempos, precisava de desafios maiores, motivo que acabou o tornando cobaia de tremendas reformas. Essa obra de 1992 faz parte dessa reforma. O Super já não vingava mais como antigamente, os tempos mais conservadores de 1939.
Vendo isso, os dirigentes da DC acionaram o botão vermelho (Sim! O botão mortal..) em estado de alerta, era o SOS!

Era caso de vida ou morte (se tivesse que ser assim, que seja bem oferecida) para o Super. Num tempo em que os Blockbusters do cinema explodiam no gênero Ação testando tecnologias, os quadrinhos com mais cara da geração X, como X Men, tomavam o mercado. Era fato que a DC estava levando uma bela porrada mutante da sua rival Marvel. A DC precisava dar fôlego a um de seus maiores protagonistas, o maior super herói não podia ser apagado de graça.

Lembra da clássica frase que o seu papai sempre dizia: - Quando eu morrer vocês vão se lembrar de mim? Foi o que ocorreu com o grande Super Homem. Mas a ousadia foi necessária.Talvez houvesse outros meios mais inteligentes para os conservadores. Mas porque Super Heróis não podem morrer? Se vivemos num mundo em que nossos ídolos, parentes e amigos queridos morrem? Então é a hora de lembrar daquela seguinte frase: “- O soldado que nunca sangrou numa batalha, é um covarde. Todos morrem, todos sangram. É o ciclo da vida tão difícil de ser comentado (assim como o sexo, não é? Opa!).

A morte precisa estar presente no mundo fantasioso dos heróis. Isso torna esse tipo de mundo mais coerente e mais próximo dos ideais da livre liberdade de expressão protestada por seus criadores. Mesmo que todo esse barulho não se passe apenas por uma obra puramente comercial. Mas tal ousadia rendeu frutos, rendeu grandes vendas e incentivo a leitura.

Eventos como esse, envolvendo grandes estrelas, até um grande herói esquecido volta a se tornar grande.
Mesmo que tal evento tenha seu efeito temporário é importante que os heróis vivam novas experiências ousadas e criativas. 

A introdução já nos apresenta a ameaça sendo engrandecida pelos argumentos em OFF explicando a tensão de uma criatura (Aquela-que-irá-matar-o-Super-Homem-mas-não-vai-quebrar-Batman-de-jeito-nenhum-porque-o-Bane-vai-fazer-isso-depois) se libertando do subsolo. Feito um comercial de TV, os dizeres ficam na cabeça: Ele esta aqui...! Chegou..! É a fim...!Não se esperava..! Ele vai nos comer..! Etc,etc. A entrada triunfal chega a parecer uma bela jogada de propaganda. OK! OK! Isso vocês já sabem.

No capítulo inicial, intitulada Apocalypse, um dos coadjuvantes dessa história é um garoto, que começa a descrever seu fascínio pelo Super Homem, tentando de qualquer jeito um meio de pedir ajuda a ele. O que desencadeia em mais um trabalho para o Super Homem, numa aventura contra criaturas subterrâneas (com aquelas caras bem caricatas saída dos clássicos desenhos do Hanna-Barbera mesmo). Os safados causam um blecaute em Metrópolis.
Uma destemida Lois Lane (que está mais ou menos para uma Sarah Connor do filme T2 ou uma Sigrouney Weaver em Aliens, pela maneira independente que encara as situações nessa era dos quadrinhos do Azulão) faz a sua participação apoiando o Homem Aço, de maneira determinada e nem sempre conhecendo bem seus limites (coisa que vale também para as sagas posteriores a essa) ou até ignorando-as. 

Ainda nesse capítulo, a misteriosa e ameaçadora criatura ressurge dos escombros do subsolo aonde estava enterrado (feito aquelas criaturas de filmes de terror). Mostra a sua compaixão'e exemplo de conservação diante da bela natureza e é benevolente e educado com as pessoas que vão ao seu encontro, como se estivesse no seu melhor dia.

É interessante notar também o seu curioso figurino de apresentação: Um misto de astronauta com o de um cirurgião (Faz todo o servicinho sujo com uma mão só. Já mostrando o potencial da criatura). O que se nota da criatura é que ele é o antagonista perfeito do Super Homem em personalidade: Uma criatura impiedosa e sarcástica, diferente do nobre herói de capa azul (assim como é entre o Coringa e Batman) mas igualmente dotado de uma extrema força física.

A história conta também com as presenças de apoio de Lex Luthor II (A versão jovem do Lex Luthor original que se passa por seu filho em um corpo mais jovem); Supergirl [¹] e a Liga Da Justica Internacional, composta por uma nova e jovem geração de guerreiros, entre espiritualistas, engraçadinhos/meio molecões e rebeldes (pelo visual e atitudes mais invocadas, chegam a lembrar heróis da Marvel, como X Men) mas bastante comprometidos com o seu trabalho em salvar o mundo.Além de citações ao misterioso projeto governamental Cadmus, que perdurava pelas histórias do Super Homem naquela época. Alguns diálogos acabam associando a provável criação do monstro como ideia de ter sido criado por esse projeto (isso acabou sendo aproveitado em outras mídias).


Capa de Crises nas infinitas Terras (à esquerda) e Supergirl Clone e Lex Luthor II em A Morte do Super-Homem (à direita)
[¹]: Em A Morte do Super Homem, a Kara original já está morta (Crise nas Infinitas Terras). A nova Supergirl é uma sósia [versão protoplásmatica] que numa certa dimensão encontra um Lex Luthor bonzinho e se apaixona por ele. 

Enquanto o Super esta mais pra lá do que pra cá, num Talk - Show  encarando as perguntas da platéia da maneira mais cordial possível (o que é interessante notar também a cultura conservadora do Super contra os diálogos mais ousados e moderninhos) a misteriosa criatura sai destruindo tudo o que aparece, no melhor estilo daqueles grandiosos filmes de Ficção Científica, tendo a catástrofe como tema ou feito o demônio da Tazmânia (Tiny Toons) se preferir).

Uma situação que chega a lembrar o memorável 11 de Setembro dos EUA: O presidente estava lá dando atenção especial numa escola enquanto terroristas explodiam aviões. A vida imita a arte!
A criatura, que não tinha nada pra fazer a não ser destruir, também escolhia alvos, já que o seu último campo de batalha foi no território do Super Homem: Metrópolis.

Em Saldos da Derrota, surge a Liga passeando pelos locais demolidos fazendo a vigilância e salvando feridos, mas é surpreendida pela temível criatura tendo o pouso forçado para entrar na festa caótica do monstrinho. 

A causa de tanta destruição, que já é notada e questionada pelos atores dessa história, se torna incompreensível. Tanta devastação fora do comum (até mesmo em comparação às outras histórias) faz com que o monstro seja reconhecido como o Apocalypse.

O grupo de heróis agora partem para o encontro do novo inimigo como mais um comum para deter.Mas eles mal sabem que aquele inimigo não seria como os outros que eles já enfrentaram.Seria o ator principal de uma tragédia histórica.

Lembra daqueles jovens tolos e avoados que sempre se dão mal nos filmes de terror, quando era pra subir a escada ao invés de ir pela porta da frente? Então. O Apocalypse agia numa tensão silenciosa, o que se esperava é que mais uma vez o heroísmo triunfe. Mas as coisas não estavam acontecendo exatamente como deveria, aí a Liga - que subestimava o bicho - acaba se tornando belas presas da fera.  

Tendo conhecimento dos notíciários, Super Homem abandona o Talk Show e decide ir atrás do perigo que esta atormentando a população. Mais uma vez: Um trabalho para ele*. 

*Ele acaba se tornando o maior herói desse filme de terror que, no fim, se transforma num tremendo drama.

O primeiro encontro entre o Super e o Apocalypse já conta com mais cenas marcantes, com a destruição de uma casa, colocando vidas em risco, e os heróis da Liga levando uma surra feito bonecas de pano, voando pra lá e pra cá. É aí que em muitos momentos cruciais da história o grande Super se encontra: Ou pegar o bandido ou salvar as vidas? E é ai também que entra uma presença heroica e familiar importante da Liga, mas nem sempre ele pode contar com a Liga.

Os integrantes da Liga que estavam ainda de pé somam todas as suas forças com o Super-Homem, explodindo suas energias contra a criatura, o que não adianta muito, o monstro ainda está de pé. A criatura finalmente perde a sua fantasia e mostra a sua verdadeira face do terror.

A valente Liga da Justiça, mesmo que com suas condições físicas inferiores ao Homem de Aço, lutam até o fim, mas seus integrantes já estavam sendo abatidos um a um pela criatura, seja pelo cansaço ou pelas surras. Mas alguns surpreendem com uma certa resistência ao tentar abater o monstro, como no caso de Máxima.

Do início ao fim, há um delicioso e psicótico recheio de sequências de impacto visual bem descritos e ação interrupta. Por ser uma história cheia de ação, o suspense ágil é um enfoque maior do que os próprios diálogos psicológicos. O que não deixa de lado o detalhado argumento técnico dos pontos positivos e fracos descrevendo fisicamente as habilidades do Apocalypse. Entre algumas ironias, entra o destaque do monstrão tendo o conhecimento de Metrópolis: Através de um comercial idiota de TV (como o Super-Homem mesmo descreve).

Uma tremenda briga decisiva entre o monstrão e o Azulão torna os momentos finais mais emocionantes em cenas recheadas de OFFs enquanto o impacto visual toma as páginas. Enquanto outros se tornam a platéia do confronto, soldados humanoides utilizam suas inúteis armas para parar o bicho, acertando até o próprio Super, mas que nada sente (que graças..é o Super-Homem de Aço).

Um grandioso e inesperado desfecho para muitos (Será o fim mesmo?) que coincidentemente termina em frente ao Planeta Diário, dando nome ao título.Tendo como resultado, um empate técnico no confronto, feito Rocky Balboa e Apollo Creed; mas sem os gritos insistentes daquele que é conhecido como o Super-Homem chamando sua amada Lois, ao contrário disso, supostamente morre nos braços da sua amada.

O que se nota aí, é que além do dia mais negro da história do Super Homem, também foi o dia em que ele teve de ser o mais sombrio para deter a criatura. Todo o potencial da criatura foi definido conforme as suas ações, com uma diferenciação psicológica. Para derrotá-lo, Super teve que ser o máximo possível impiedoso na luta também. A criatura era imbativel como o Superman, só caiu quando ele caiu. Eis o ponto mais interessante da trama.

Alguns questionamentos podem ficar no fim da história, o que não passa despercebido no enredo se ficar atento a alguns pequenos detalhes. Tais detalhes que acabaram por ser aproveitados nas histórias posteriores para explicar a origem da criatura de maneiras variadas.

É interessante notar a diferença de traço entre o realista de Dan Jurgers e o mais simplista de John Bodanove (do começo da história) que investe no sangue petróleo, o que pode desagradar. Embora John tenha também os seus bons momentos, conseguindo recapitular bem os efeitos visuais de destruição.

Como o período da história se passa em um momento já bem avançadinho da DC, universos misturados em um período pós-crise (a complexa e elogiada saga) resultando na origem de outros personagens ou versão nova de antigos, além de citações pequenas a outros elementos, as coisas podem parecer complicadas para quem esta à procura de explicações desses mínimos detalhes, embora não há nada que possa atrapalhar profundamente a diversão e o acompanhamento do arco.

SUPER EXTRAS
GALERIA DE CENAS
  
 

  

 Como o Super consegue ficar com a cabeça desse jeito?

ERROS DE CONTINUIDADE
Há um pequeno erro de continuidade entre os capítulos Sob Fogo Cerrado e Apocalypse esta chegando. No final do capítulo primeiramente citado, Máxima (Liga Da Justiça) causa um curto próximo a um posto de gasolina causando uma explosão. Nessa hora, o Super-Homem perde grande parte da sua capa no fogo, mas no capítulo seguinte ela está intacta. Observem: 

FICHA TÉCNICA
Títulos Originais:  Superman, the Man of Steel #18 (12/92)/ Justice League of America # 69 (12/92)/ Superman # 74 (12/92)/ The Adventures of Superman # 497 (12/92)/ Superman in Action Comics # 684 (12/92)/ Superman, the Man of Steel #19 (01/93)/ Superman # 75 (01/93) 

Publicação: DC Comics/ Abril Jovem/Panini
Ano: 1992 (E.U.A.)/ 1994 (Brasil)
Edições: 7
Páginas:  159
Gênero: Graphic Novel

Roteiro: Dan Jurgens; Louise Simonson; Roger Stern; Jerry Ordway; Karl Kesel
Artistas: Dan Jurgens; Jon Bogdanove; Tom Grummett; Brett Breeding; Rick Burchett

A MORTE DO SUPER-HOMEMPOSTAGEM DE COLECIONADOR - PARTE 1
(Um Artigo de MESTRE RYU)

CONTINUA..

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