terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Mês do Dreamcast





Eu sei que passou Setembro, passou quase o Outubro inteirinho e nada de uma homenagem a este grande console que faz aniversário de 10 anos no dia 27 do próximo mês no Japão (originalmente essa postagem especial seria feita em Novembro).
Discutir sobre qual videogame é o melhor (entre Nintendo e SEGA ou Sony e SEGA) é que nem discutir sobre futebol, então nem vou entrar muito no mérito. Mas a politica da SEGA com seus videogames sempre foi manter a linguagem de uma era pós-Nintendo. Uma linguagem reinventiva - como o de um jovem criativo que nunca se repete. O Dreamcast procedeu apenas com alguns títulos que já faziam sucesso no Playstation - como Tomb Raider e Resident Evil.

Existem dois videogames que me marcaram bastante, e bem acima dos outros - um que me viciou e outro que me fez voltar a ser colecionador e jogador ferrenho de consoles: Mega Drive e Dreamcast respectivamente.

Esse mês também foi o momento do Último dos Moicanos da SEGA fazer aniversário em terras Brasileiras (foi um sabado 10 - para efeitos de trocadilho).
9 de Setembro foi a sua data de comemoração nos EUA. Quem acredita em numerologia, o número 9 pode ser considerado um número de sucesso, ou marcado por grandes tragédias, como aconteceu com os integrantes da banda Inglesa Beatles e o 11/ 9/ 2001.

A recepção do Dreamcast nos EUA foi satisfatória, com a sua campanha agressiva - a ponto de distribuir o aparelho aos artistas no MTV Music Awards 1999.

14 de Outubro de 1999 foi a vez dos Europeus, que sempre consideraram os videogames da SEGA a sua principal preferência, comemorarem.


Os Melhores Jogos do Dreamcast
Alguns dos jogos que marcaram presença no videogame.

1 - Shenmue
(2000)

Esse não tinha como não ficar de fora, não é? O melhor jogo já feito pela SEGA, talvez o melhor já produzido de todos os tempos. A revista Famitsu publicou recentemente uma lista a continuação de jogos mais esperados pelo japoneses, e não deu outra, Shenmue quase encabeça a lista, ficou em 2ª, perdendo pra Sakura Wars (Sakura Taisen). Logo os Japoneses que sempre ignoraram a SEGA. Como isso?

Ele também recebeu um prêmio especial, num evento da Nintendo (acredite se quiser), de jogo inovador.

De certa forma, Shenmue foi uma franquia injustiçada, mas não mais que o Dreamcast - o seu sistema piloto.

2 - Soul Calibur
(1999)

Foi um tempo de revolução e também o tempo de Soul Calibur. Uma evolução significativa do clássico Soul Edge. Jogo de luta que agrada até a quem não é fã do gênero.

Outros que seguem essa expressiva evolução também contam com títulos como Dead Or Alive 2 (com melhor dinâmica na jogabiliade que seus antecessores; e animações com expressão facial - é também considerado o mais equilibrado da série) e Project Justice (continuação do célebre Rival School - com opção de criar personagens na versão Japonesa e a qualidade gráfica ).

O sucesso de Soul Calibur resultou em uma saga seguida por Soul Calibur II, III e IV para os consoles posteriores.

3 - Capcom vs SNK: Millenium Fight 2000
(2000)
O título marca presença pelo mega encontro de duas empresas rivais no ramo dos jogos de luta: Capcom e SNK. Inicialmente Capcom vs SNK: Millenium Fight 2000 se chamaria SNK vs Capcom (a exemplo de Marvel Vs Capcom), mas, pelo que parece, o jogo estava ficando com uma jogabilidade muito mais parecida com os jogos da Capcom e o título acabou sendo modificado (definição tirada de acordo com as imagens de sua versão beta, divulgada pela revista Famitsu e a Super Game Power). Os gráficos alternam entre poligonais e 2D, com uns efeitos de zoom.

Outro destaque também é o jogo Marvel Vs Capcom 2 - favorito até hoje por campeonatos mundo a fora.

Capcom Vs SNK ganhou uma continuação em 2001, que se saiu tão bem quanto o primeiro - mais um que ganhou conversões para outros consoles.

4 - The King Of Fighters 1999: Dream Match
(1999)

A série de adaptações ou exclusividades caseiras de The King Of Fighters (ex: Playstation, Saturn ou Neo Geo), também marca com a presença de alguns extras. Essa versão Dream Match é o upgrade (ou atualização, se preferir) da versão KOF 98: Slugfest dos Arcades da SNK. Para a felicidade dos Kingmaníacos, KOF 1999 é tão bom quanto o original, além de trazer extras exclusívos. Mescla as idéias de KOF: Kyo (com a apresentação em Animê) e de conversoes de consoles anteriores que traziam uns extras pra compensar as limitações. O que é mais legal ainda é contar com a opção Languagem > Portuguese, pra você poder ler todas as descrições dos lutadores ao fim das batalhas exatamente como nos fliperamas.

KOF 99 ganhou o mesmo trato em 2000, com novos extras que vão desde extra strikers a aumentar o potencial deles, recebendo o título de KOF 99: Evolution.

Outra conversão de destaque é o Marvel Vs Capcom 1, a única igualzinha ao Arcade.

5 - Sonic Adventure
(1998)
Um dos primeiros títulos do Dreamcast compensa a falta que o Sega Saturn (console anterior da SEGA) teve ao não haver literalmente um Adventure 3D com o ouriço mascote (que um dia foi apresentado como porco-espinho). Agora Sonic tem olhos azuis e o seu arquiinimigo mortal, Dr. Robotinik, é (re) conhecido como Dr. Eggman.

Uma releitura das aventuras do Sonic com uma história que explora melhor os personagens a sua volta. O jogo alterna entre quebra-cabeça e zonas de ação, aonde é possível jogar com outros personagens além de Sonic. Ganhou uma continuação depois, com maior pirotecnia, sem os ambientes de exploração, e dinâmica - a possibilidade em escolher entre heróis ou vilões. Tempos depois foi anúnciado um terceiro jogo (Sonic Adventure 3) para os consoles posteriores, mas a própria SEGA achou que o jogo não teria uma produção com a mesma dimensão de seus anteriores e decidiu mudar o título para Sonic Heroes.


Uma Reflexão ?
Como eu disse antes, o Dreamcast já completou 10 anos no Brasil e está prestes a completar 11 no Japão - numa linha seguida por grandes lançamentos e grandes lembranças a todos que se divertiram, ainda se divertem ou pretendem (sonham) ter esse aparelho desde seu lançamento. Mas aí vem uma questão muito importante que quero descrever aqui: essa linha que vem desde seu lançamento até ser deixado de lado pela indústria, não quer dizer que seja precisamente a vida e a morte deste sistema, uma obra só morre na mente das pessoas.

O Atari marcou com o PAC-MAN, a Nintendo marcou com o Mario e a SEGA marcou com o Sonic. O Dreamcast é como o bambolê, a amarelhinha e o jogo da velha. Isso serve para qualquer outro videogame ou obra de lazer.

A questão é que se a criança, mesmo que só exista dentro de nós, joga seu brinquedo fora e busca esquecê-lo, ele desaparece do seu cotidiano, de alguma forma. Videogames não têm linha de vida, eles não vivem ou morrem, apenas são lançados e depois deixados de lado pela indústria ou do cotidiano de uma pessoa.

Vida e morte tem um peso muito forte para serem usadas apenas sobre um objeto. Elas deveriam sempre, e obrigatóriamente, ser direcionadas a uma linha vital de um ser vivo como argumento.


P.S. Aguardem que haverá mais debate sobre esse console da SEGA no próximo mês. Anotem no caderninho (ou bloco de notas, se preferir).
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